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O Cemitério das Pitangueiras


Por Redação/Clic Camaquã Publicado 17/09/2019
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Quando mudei de Pelotas para morar em Camaquã foi um momento muito difícil pelo fato de eu nunca ter saído da barra da saia de minha mãe, como dizem para aqueles meninos que ainda não se tornaram homens de verdade. Foi no final do ano de 1989 que recebi o convite. Eu trabalhava no Banco Bamerindus do Brasil e, com uma promoção, fui direcionado para assumir o setor de cobrança da nova agência que inauguraria nesta cidade. Antes, porém, fiz um treinamento na agência de Bento Gonçalves e, logo em seguida, em Campo Bom.  Foram meses excelentes. Todas as despesas eram pagas pelo banco. Além de ficar em hotéis confortáveis, ainda tinha um valor de diária que somado durante o mês, fazia meu salário ficar quase insignificante quando era creditado em minha conta. Juntei muito dinheiro na época. Eu lembro que  tinha dinheiro para comprar um carro, não um veículo novo, mas dava para comprar um bom usado pagando o preço à vista e ainda sobrava grana. Porém, no dia 16 de março de 1990, um cidadão chamado Fernando Collor de Mello e uma senhora chamada Zélia de Mello, confiscaram meu dinheirinho que estava aplicado. Algum tempo depois meu dinheiro foi liberado, mas já não tinha mais nem vinte por cento do poder de compra da época em que ele foi retido. Foi um trauma financeiro que jamais será esquecido por aqueles que foram suas inocentes vítimas. No meio de todos estes dissabores que envolveram minha mudança, havia algo em Camaquã  que  era muito agradável e me fazia sentir um pouco em casa e aliviava a saudade e que nada tem há ver com a narrativa anterior. As pitangueiras dominavam as ruas e terrenos da cidade. Era impossível caminhar pelas ruas sem parar e ficar na ponta dos pés  colhendo aquela fruta vermelha madurinha. Pitanga era a fruta que eu mais consumia quando criança. Minha avó morava de favor numa casa velha no antigo Parque Souza Soares no Bairro Fragata em Pelotas e eu e minhas tias após o almoço, nos empanturrávamos com esta fruta silvestre,  pois a casa era cercada por pitangueiras.  Perto do banco além de pitangueiras, também havia  um grande pé de cáqui o qual dava muitos frutos.  Foi muito triste quando cortaram as árvores para a construção de um prédio o qual hoje abriga um dos templos da  igreja de um “apóstolo” que usa um chapéu de vaqueiro.  Hoje, quase no ano de 2020, no lugar destas pitangueiras tão comuns, existem apenas construções. Logicamente que ainda existem inúmeras, mas certamente em menor número.  Se fossem colocadas cruzes ou sepulcros nos lugares onde existiam estas árvores, certamente teríamos dificuldades para caminhar não só pelo  centro , mas também  nos bairros e pátios. Ninguém chorou pelas pitangueiras mortas.  Ninguém liga se plantaram ou não novas árvores nos lugares onde tinham sido semeadas.  Afinal de contas, pitangueiras  não são lucrativas. Dá-nos uma  frutinha tão pequena que serve só de comida para passarinhos que servem só para sujar as praças. Não nos faz falta alguma. Estes argumentos podem até encerrar a discussão que criei. Mas eu fico imaginando, visualizando  em minha mente ainda fértil e criativa, um campo largo e verdejante, salpicado por pequenas flores coloridas  numa manhã ensolarada, com o  Nosso Senhor Jesus Cristo bem no centro deste cenário paradisíaco protegido do Sol à sombra de apenas uma destas insignificantes pitangueiras, sentado em uma pedra à meditar. Num momento sublime ele olha para frente, se levanta, e com uma voz doce profere aquela frase Imortal cheio de amor e compaixão com os braços abertos em direção a um  grupo de seres risonhos quem vem correndo em sua direção:

“Deixai vir a mim as criançinhas, pois dos tais é o Reino de Deus.” Então, aqueles anjinhos o cercam com gritinhos de alegria e sentam à sua volta para escutar a mensagem do Deus Filho, enquanto comem com Ele, os pequenos frutos daquela árvore tão frágil e sagrada que Jesus, na ponta dos pés, colheu para os pequeninos.


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