Mazinho derruba projeto de Paulinho Bicicletas
O personagem da sessão da Câmara de Vereadores de Camaquã desta segunda-feira (26), sem dúvida alguma, foi o vereador Elemar Bartz Venzke, o Mazinho, do PSDB. O voto dele surpreendeu a todos que estavam acompanhando a votação do projeto de lei nº6, proposto pelo presidente Paulinho Bicicletas, do PRB, e a mesa diretora, que previa a criação de um fundo para a compra de terreno e construção de um novo prédio para o Legislativo Camaquense.
É que Mazinho é o vice-presidente da Mesa Diretora e assinou o projeto de lei juntamente com Paulinho Bicicletas e o 1º secretário, Marcelinho Gouveia, do PSB e da 2ª secretária, Nilza Krunt Puschnerat, a Nica do PDT. A negativa de Mazinho revoltou o presidente da Casa Legislativa. “Tem vereadores que trabalham contra o desenvolvimento. Mazinho assinou o projeto e votou contra. Uma falta de coerência”, desabafou Paulinho Bicicletas.
Ao todo, foram oito votos negativos e seis favoráveis. O voto de Mazinho era visto como o de empate, sendo preciso o voto de minerva do presidente para desempatar. O que não ocorreu gerando um desgaste entre os integrantes da Mesa Diretora e indignando alguns funcionários da Câmara que esperavam ter uma casa em condições para trabalhar. Votaram favoráveis ao projeto os seguintes vereadores: Fabiano Medeiros (PDT), Ivana de Paula (PSD), Luciano Delfini (PSDB), Mano Martins (PMDB), Marcelinho Gouveia (PSB) e Nica (PDT). Os votos contrários ao projeto foram de: Claudinho (PMDB), Ilson Meireles (PP), Marco Longaray (PT), Mazinho (PSDB), Mozart (PSDB), Claiton Silva (PDT), Ronaldinho Renocar (PP) e Vinícios Araújo (PMDB).
Veja como alguns vereadores sustentaram o voto na Tribuna:
MARCO LONGARAY – PT
CONTRÁRIO
“O Poder Legislativo é o que tem condições de manter o prédio da Câmara, a não entrar em ruínas. Sou favorável a construir um auditório/plenário no terreno aqui de trás”.
MARCELINHO GOUVEIA – PSB
FAVORÁVEL
“Tenho confiança no Poder Legislativo. Ele vai gerar corretamente o fundo e não tenho dúvidas que ainda vai devolver mais de R$ 1,5 milhão de reais para a Prefeitura”.
PAULINHO BICICLETAS – PRB
PRESIDENTE – NÃO VOTA – DEFENDEU O PROJETO
“Esse é um projeto de maior relevância que já tramitou nessa casa. Essa é uma poupança do Legislativo. Mesmo nós depositando até R$ 120 mil, eu garanto que vamos devolver mais de R$ 1,5 milhão para a Prefeitura.
CLAITON SILVA – PDT
CONTRÁRIO
“Quando temos dificuldades financeiras, temos que fazer uma poupança. Mas tem pontos negativos esse projeto. O valor é muito alto e a decisão de compra do terreno e da construção do prédio é apenas do Presidente”.
FABIANO MEDEIROS – PDT
FAVORÁVEL
“Quem gosta de discórdia, vai meter o pau nos vereadores. Para quem quer o bem, vai ver que é apenas uma poupança. Não tô falando nenhuma mentira. Não vou dar bola para o que as pessoas falarem amanhã. Eu não penso no meu umbigo”.
VINÍCIOS ARAÚJO – PMDB
CONTRÁRIO
“Não acredito na devolução de mais de R$ 1,5 milhão para a Prefeitura. Essa casa não está proibida para fazer a reforma deste prédio. Eu assinei o termo de ajustamento com o MP, que diz que nós devemos manter o prédio. Nós podemos construir ou reformar esse prédio sem o fundo”.
LUCIANO DELFINI – PSDB
FAVORÁVEL
“A Câmara tem 7% de recursos do Executivo. Nunca usou esse recurso totalmente. A gente não consegue materializar o destino dessa verba repassada para a Prefeitura. A gente pode construir um plenário no terreno aqui dos fundos”.
RONALDINHO RENOCAR – PP
CONTRÁRIO
“Eu sei das dificuldades daqui como falaram os meus colegas. Sigo a minha fala da semana passada. Teremos que reformar esse prédio da Câmara”.
ILSON MEIRELES – PP
CONTRÁRIO
“Com fundo ou sem fundo pode sair o prédio da Câmara. Eu voto não”.
IVANA DE PAULA – PSB
FAVORÁVEL
“Vejo como uma mulher de idade avançada. Começa a fazer plástica e sai muito mais caro. O vereador Fabiano colocou muito bem. É mais caro construir um prédio novo ou reformar esse velho?”
MOZART – PSDB
CONTRÁRIO
“Temos que ver a crise que vive o nosso País. Tem mais gente lá fora passando necessidade”.
MANO MARTINS (PMDB), CLAUDINHO (PMDB), MAZINHO (PMDB) E NICA (PDT)
Saiba mais sobre o projeto
A meta é economizar R$ 120 mil por mês, a contar do mês da publicação desta Lei. O saldo financeiro do Fundo, ao final de cada exercício, será transferido para o exercício seguinte, a crédito do mesmo Fundo. O valor arrecadado deverá ser utilizado apenas para a aquisição e construção do novo prédio, não sendo possível ser aplicado em outra situação.
Os recursos do Fundo Especial serão depositados e movimentados em conta bancaria específica em instituição financeira oficial e terá como representante legal e ordenador das despesas o Presidente da Câmara Municipal de Camaquã.
O Fundo Especial terá vigência limite de 10 anos a partir da data de publicação da Lei, devendo a compra do terreno e início das obras iniciarem-se em no máximo três anos.
Leia o texto integral do projeto de lei número 6. Clique aqui.