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Os tijolos do Gigante da Beira-Rio


Por Redação/Clic Camaquã Publicado 05/03/2021
 Tempo de leitura estimado: 00:00

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É nas derrotas e não nas conquistas que se conhece a grandeza de uma pessoa ou de uma instituição. Muito fácil ser magnânimo na vitória embora existam pessoas que, por incrível que possa parecer, não sabem se quer ganhar – simplesmente desdenham de seu adversário – isto se constata no futebol mas também na área política, principalmente após as eleições.

Cada vez que o SC Internacional sofre uma destas derrotas avassaladoras, como por exemplo o empate contra o Bahia e a perda do Brasileirão de 1988  – a chamada Copa União – quando também um mísero gol daria o título ao Colorado (o jogo ficou no 0x0), lembrando que por total desorganização da CBF a decisão também foi fora de época, em fevereiro de 1989.

Outro episódio triste no gigante, também naquele mesmo ano, foi a derrota nos pênaltis para o Olímpia do Paraguai pela Copa Libertadores. No tempo normal foi 3×2 para os paraguaios, e novamente um mísero gol colocaria o Inter na final, onde na sequência o Olímpia acabou sagrando-se campeão.

E o que falar do Brasileirão de 2005 – já na era dos pontos corridos. O Internacional certamente seria campeão naquele ano, se a CBF não anulasse diversos jogos o que acabou beneficiando o Corinthians. Mesmo com a manobra o Colorado seguiu firme, e só não levantou a taça porque mais uma vez fatores externos acabaram com o sonho da torcida, naquele jogo inesquecível desta feita fora de casa, onde o jogador Tinga sofre pênalti e ainda é expulso por suposta simulação. Mais uma vez faltou um mísero gol pois o jogo terminou em 1×1.

E chegamos a 2020, um campeonato atípico, que em virtude da pandemia só acabou agora em fevereiro de 2021. Mais uma vez muitos erros de arbitragem, aliado aos desígnios dos deuses do futebol, não permitiram que o Inter se sagrasse Campeão Brasileiro, e o mais cruel, mais uma vez diante do time corinthiano. Seria alguma maldição porque o último título há 42 anos, o tri campeonato em 1979, foi conquistado de forma invicta, o que dificilmente irá ocorrer de novo ainda mais nesta modalidade absurda de vinte clubes e 38 rodadas.

São nestas derrotas amargas que volto no tempo e me lembro de uma crônica que escrevi quando da reinauguração do estádio em 05 de abril de 2014: os tijolos do gigante da Beira-Rio. Quantas vezes na minha infância vibrei nas tardes de domingo ouvindo pelo rádio os gols das vitórias do Inter, época do octa gaúcho e do bi nacional (1975/76), e em outras ocasiões chorei em silêncio quando o Colorado perdia. Naquela época difícil, de poucos brinquedos, só o Internacional preenchia minha tristeza de menino pobre, que sonhava em ter uma camiseta do clube, mas sabia que era impossível para um pai pedreiro presentear o filho com objeto tão caro.

O Beira-Rio – Estádio José Pinheiro Borda – foi inaugurado oficialmente em 6 de abril de 1969, ano em que devido a um acidente perdi a visão de meu olho direito aos cinco anos de idade. Numa partida magistral o Internacional venceu por 2×1 o Benfica, de Portugal, diante de um público de mais de 100 mil pessoas. Foi um vitória histórica contra uma das melhores equipes da época, e que contava, entre outros craques, com o artilheiro Eusébio. Coube ao eterno centroavante Claudiomiro, que conheci pessoalmente mais tarde em um evento do Núcleo dos Colorados de Camaquã, marcar o primeiro gol no novo estádio para alegria do menino agarrado ao seu radinho de pilha.

A construção do estádio às margens do Guaíba, levou dez anos, e a torcida tricolor desdenhava chamando o futuro palco vermelho de boia cativa numa alusão de que a água inundaria o canteiro de obras. A conclusão só foi possível graças a Campanha do Tijolo onde o clube buscou arrecadar recursos através da venda de carnês. Reza a lenda que para contribuir os colorados mais humildes levavam tijolos nos dias de jogos do Inter no antigo Estádio dos Eucaliptos. O próprio craque Falcão disse que ele e a molecada “roubavam” tijolos nas obras para ajudar na campanha.

Por isso que em 2014, na festa da reinauguração do estádio, me emocionei muito quando no telão foi mostrada a história da construção do Beira-Rio. Quando aqueles figurantes entraram em cena carregando tijolos, voltei à infância. Vi naquele homem forte carregando um menino no colo, com um tijolo na mão, a figura de meu pai que havia partido há dois anos em um mês de abril. Recordei também que na adolescência trabalhei como servente de obra para atender meu pai, e tijolos acompanharam o início de minha vida assim como os livros que sempre li desde tenra idade. Aliás cabe aqui um parêntese: o novo Beira-Rio é um estádio com alma, e ganhou ares de palco internacional, bem diferente destas arenas de concreto todas tão parecidas – o nosso “lonão” é uma obra de arte.

Sei que o futebol não é mais o mesmo do meu tempo de criança. Existem muitos interesses: cartolagem, salários astronômicos, mídia interesseira e até lavagem de dinheiro em mega transações de jogadores. Mas mesmo diante das derrotas, quando penso nanossa casa colorada onde tantas taças foram levantadas, é como se eu estivesse voltando ao passado na velha casinha da Manoel da Silva Pacheco, que já não existe mais, e onde aprendi a amar as cores vermelho e branco. Aquele radinho de pilhas, onde escutava os jogos do Inter, era todo o meu universo de menino. O Inter me fez e me faz feliz, e isto é tudo independente de resultados. Como é bom ser colorado!

Clic Humor com Sabedoria: “Se eu ganho eu comemoro, mas se perco evidente que não choro.” (Catullo Fernandes)

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