Núcleo de Pesquisas Históricas registra 20 anos de atuação
No próximo dia 05 de junho o Núcleo de Pesquisas Históricas de Camaquã – NPHC completa 20 anos de atuação ininterrupta. Se o momento atual é de interrogações quanto ao futuro da entidade uma certeza fica evidente: neste período o NPHC resgatou a história de Camaquã, em particular a do século XIX, e ato contínuo estimulou a curiosidade dos camaquenses natos ou adotivos ávidos em conhecer essa rica história. Nunca uma instituição trabalhou tanto e de forma voluntária para que em um exíguo espaço de tempo o Município de Camaquã tivesse escrita e documentada a sua trajetória histórica.
Ao longo dos anos o NPHC vem realizando ações inteiramente dedicadas ao resgate e a preservação do patrimônio histórico e cultural do Município. Foi no final do outono de 2001, no dia 05 de junho, que um grupo de abnegados cidadãos (foto) se reunia na sede da Advocam/OAB para criar a entidade, que se tornaria uma referência regional.
Ali estavam o saudoso escritor Barbosa Lessa, o bageense/camaquense João Máximo Lopes (idealizador e primeiro presidente), que juntamente com os ativistas Luiz Fernando Azambuja (in memoriam), João Alaor Pereira (in memoriam), Araguês Cassel de Alencastro, Alaor Nunes Rodrigues, o poeta Catullo Fernandes, entre outros nomes não menos expressivos, reuniam-se para lançar a célula mater do Núcleo de Pesquisas Históricas.
Impossível falar sobre o Núcleo de Pesquisas Históricas sem mencionar o escritor e pesquisador João Máximo Lopes. Aos 92 anos, o advogado tem uma forte ligação com a Costa Doce tendo aqui chegado em 1957. Ao longo de sua trajetória tornou-se um dos principais estudiosos da história regional, e sem sombra de dúvidas pode ser considerado o grande guardião cultural de Camaquã. Sua mais recente obra “Roteiro Farroupilha em Camaquã”, confirma o afeto e o reconhecimento que ele tem por este Município.
Aliás as obras publicadas pelo NPHC retratam a história de uma Camaquã praticamente esquecida ao longo dos anos, e que somente no século XXI, com a fundação do NPHC, foram resgatadas e editadas. Neste aspecto a entidade deixa um legado às futuras gerações, com os lançamentos de importantes obras literárias, muitas delas através da LIC/RS e da CORAG – um período muito produtivo em que a produtora cultural Solange de Souza foi a secretária municipal da Cultura – como é o caso de “Camaquã, alvorecer, tempo e espaço”, de Divino Alziro Beckel, “São João Baptista de Camaquam”, de João da Silva e Azevedo, “Revolução Farroupilha em Camaquã”, de João Máximo Lopes, entre outros títulos de relevância.
Entre as obras que também merecem destaque está o livro álbum “Camaquã – Terra Farroupilha”, que serviu de subsídio ao novo Plano Diretor do Município, e cujo título despertou a idealização da distinção estadual, que chegou em 15 abril de 2014, através da Lei Nº 14.526, exatamente no ano do Sesquicentenário de Camaquã.
Os livros/revistas “Camaquã 150 anos de História” e “Camaquã 200 anos de Fundação”, de Catullo Fernandes, com amplo apoio do Governo Municipal, gestão do prefeito João Carlos Machado, revela e divulga de forma didática aspectos da nossa história ambos sendo distribuídos em larga escala na rede de ensino pela Secretaria da Educação. Mas nada se compara à grandiosa obra “Personalidades camaquenses – a história do Município por seus homens ilustres”. Literalmente uma obra de peso com 648 páginas em formato 21x30cm e 1,5 Kg, contendo 86 biografias fartamente ilustradas.
Em sua trajetória o Núcleo realizou palestras, mostras e passeios turísticos demarcando roteiros históricos, e a identificação dos sítios históricos farroupilhas, além de inúmeras ações propositivas junto ao poder público municipal, o projeto estudantil “Desenhando Camaquã” e diversas atividades em escolas visando levar conhecimento da história local às crianças e jovens.
A entidade, que teve na presidência João Máximo Lopes, Francisca Izabel de Farias, Gilberto Bueno da Silva e Luiz Fernando Azambuja, também emprestou sua experiência para toda a Região estimulando a fundação de instituições do gênero em Arambaré, Tapes, São Lourenço do Sul e Candiota. Por tudo isto e pelas inúmeras distinções que recebeu podemos declarar sem medo de errar: o Núcleo cumpriu com galhardia o seu papel, e será sempre lembrado como uma das maiores instituições da história de Camaquã.
Clic Humor com Sabedoria: “Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia.” (Leon Tolstoi)
Fundação da entidade no ano de 2001
Foto: Arquivo Criarte