Nova mistura de etanol à gasolina pode comprometer carros antigos
Os carros produzidos antes da década de 1990 podem apresentar problemas com a utilização da nova mistura, que passa a valer a partir de 16 de março. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, Edson Orikassa, esses veículos podem apresentar alterações em materiais de borracha, mangueiras de combustíveis, além de plásticos e metais, que podem se oxidar com o etanol.
– Nos últimos anos, houve uma melhora grande desses materiais, mas pode ser que os veículos antigos ainda estejam sem a tecnologia para se proteger desse ataque – afirmou. Nesses casos, a recomendação dele é que, até a conclusão de todos os testes, a gasolina utilizada seja a do tipo Premium, que não sofrerá aumento do percentual de álcool na mistura, mas é mais cara – o litro custa cerca de R$ 4,00.
Para o professor de engenharia automotiva da Universidade de Brasília (UnB) Alessandro Oliveira, tanto os carros com carburador quanto os primeiros fabricados com injeção eletrônica podem sofrer as consequências do aumento do etanol na gasolina.
– Essa frota já é bastante reduzida, mas esses veículos podem sofrer um pouco mais com essa gasolina com mais álcool, inclusive em termos de consumo de combustível – explica.