25% das mulheres brasileiras param de trabalhar para cuidar da família, aponta pesquisa da CNI
Aproximadamente uma em cada quatro mulheres que já tiveram mais de um emprego na vida largou seu último trabalho para cuidar de filhos ou de outros parentes, revela estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) sobre a inserção de mulheres no mercado de trabalho no País.
Segundo a entidade, mulheres têm grau de instrução semelhante ao dos homens, mas o percentual das que trabalham é de 61%, ante 84% de trabalhadores masculinos. “Essa diferença reduz o capital humano disponível no País e mostra que o Brasil não aproveita completamente os benefícios de ter igualado a educação entre os gêneros”, afirma a confederação.
Entre as mulheres que ganham menos, é maior a fatia das que deixam o emprego para cuidar dos filhos. Fica perto de 25% na faixa até dois salários mínimos (R$ 1.760) e cai para 15% a partir de cinco salários (R$ 4.400).
“As trabalhadoras de baixa renda não conseguem arcar com uma estrutura de cuidado doméstico”, explica a CNI, que considera necessário mudar a cultura em relação à divisão do trabalho doméstico, executado por 88% das mulheres e 50% dos homens entrevistados.
A instituição defende ainda priorizar a criação de vagas para educação pública infantil em horário integral para permitir a quem tem baixa renda, principalmente, conciliar maternidade e trabalho. A pesquisa foi realizada entre 18 a 21 de setembro de 2015, com 2.002 entrevistadas em 140 municípios brasileiros.
O estudo da CNI mostra ainda que seis em cada dez mulheres que estão sem emprego se dedicam ao trabalho doméstico não remunerado. Apenas 20% se definem como desempregadas, abaixo dos 47% verificados entre os homens. Para a CNI, há mais homens do que mulheres dispostos a retornar ao mercado de trabalho assim que surgir uma oportunidade.