Sindicato move ação contra a Corsan após vigilante passar mal em Camaquã
Segundo nota divulgada pelo Sindicato dos Vigilantes, o homem passou mal ao inalar produtos químicos que a empresa utiliza em uma estação de tratamento
Na tarde desta quinta-feira (6), o Sindicato dos Vigilantes do Rio Grande do Sul (Sindivigilantes-Sul) anunciou a abertura de uma ação contra a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). A ação é motivada, segundo nota, por problemas de saúde apresentados por um vigilante que presta serviço na Estação de Tratamento de Água (ETA) de Camaquã.
Segundo a nota divulgada, na noite desta quarta-feira (5), um dos vigilantes do Posto da Corsan em Camaquã passou mais de duas horas em atendimento na emergência do Hospital Nossa Senhora Aparecida após inalar produtos químicos e passar mal. Ainda de acordo com a nota divulgada, a fiscalização do Sindivigilantes do Sul compareceu na região, foi ao local e constatou várias irregularidades. O vigilante está melhor, mas contou que não é a primeira vez que se sente mal e vai parar no hospital, assim como seu colega do posto, que corrobora com o colega e relata péssimas condições de trabalho. Os vigilantes de empresa terceirizada não têm uma guarita e nem local adequado para refeições, que são feitas num cubículo junto aos produtos químicos como carvão, cloro, flúor e outras substâncias.
Eles ainda relataram que ao sair para o pátio ficam expostos ao relento do sol e à chuva, além do matagal que toma conta do lugar, sem iluminação e tomado de mosquitos. Tudo que dispõem é de uma mesinha e uma cadeira próximo às pilhas de produtos químicos e um compressor que, se explodir, coloca suas vidas em risco.
O sindicato afirmou que existe um projeto da Corsan para a guarita, que já foi visto há vários meses pelos vigilantes, mas até agora a obra não foi executada. Segundo o sindicato, um técnico do trabalho da Corsan também esteve lá vistoriando o local mas nada foi feito pela direção da companhia para resolver essa situação, enquanto os trabalhadores seguidamente passam mal.
Um deles diz que sente dores nos pulmões, tontura, e apareceram manchas na sua pele, provavelmente por causa dos produtos químicos.
“É uma situação completamente irregular e o sindicato já está tomando providências para que os trabalhadores tenham a sua segurança e sua saúde preservadas.”, destacou o sindicato.
Ao final, o Sindivigilantes do Sul informou que está notificando a direção da Corsan para que, em 72 horas, a empresa apresente uma solução definitiva para o problema. Foi informado ainda que será encaminhada uma denúncia ao Ministério Público de Trabalho para que realize a fiscalização do local.
A reportagem do Clic Camaquã entrou em contato com a diretora da Corsan, Cláudia Viana, que informou não ter conhecimento do caso até o momento.