Testes de vacina contra a dengue começam no RS
Os estudos contarão com 700 voluntários e devem durar até janeiro de 2023
Começaram nesta sexta-feira (4) no Hospital São Lucas da PUCRS, em Porto Alegre, os testes de vacina contra a dengue. Os estudos contarão com 700 voluntários e devem durar até janeiro de 2023.
“Acho que assim a gente serve também de exemplo para as pessoas se vacinarem, para as pessoas participarem de pesquisas e continuarem acreditando na ciência”, fala a estudante de medicina e voluntária Helena Marques, de 19 anos, a primeira a receber a dose.
Em Pelotas, no Sul do estado, um hospital busca voluntários para estudos de eficácia do imunizante contra a doença.
A vacina está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantã com parceria de 16 centros de pesquisa no Brasil, mas os testes acontecem apenas no RS. A vacina testada tem tecnologia que usa os quatro tipos de vírus da dengue que circulam no país.
“Ela é eficaz para todos os quatro tipos do vírus da dengue, podendo ser, eventualmente, um pouco menos eficaz para algum subtipo do que outro, mas muito próximo de 90% de proteção para todos os tipos”, afirma o infectologista e coordenador da pesquisa, Fabiano Ramos.
Atualmente, existe apenas uma vacina contra a dengue disponível no mundo que é restrita a quem já teve a doença. Os voluntários do novo estudo serão acompanhados por um ano.
Há mais de 50 anos, pesquisadores tentam encontrar uma forma mais eficaz de proteção contra a doença, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Esta é a última etapa da pesquisa. Se for aprovada , a expectativa é que vacina comece a ser aplicada a população pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2024.
O Rio Grande do Sul foi escolhido para testar a vacina nessa fase por ter baixa incidência de infecções de dengue, quando comparado com outras regiões do país. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil teve neste ano mais de 1,3 milhão de casos de dengue. No estado, são 65, 8 mil casos confirmados.
“A gente está cansado de ver notícias tristes todo ano no número de casos, e eu acredito que fazendo parte dessa pesquisa, a gente pode ser prova viva de que ações como essas, investindo na pesquisa a gente tem a possibilidade de ajudar o Brasil nessa preservação de vidas”, diz o voluntário do estudo Luciano Almeida.
*Fonte: g1 RS.