“Temos a ideia do lar doce lar, mas sabemos que na realidade não é bem assim”, afirma psicóloga
Laís Bazzo falou sobre violência doméstica durante o programa Bom Dia Camaquã; saiba como entrar em contato com a RAM para denunciar
Na manhã desta quarta-feira (29), a psicóloga Laís Bazzo, responsável pela Rede de Atenção às Mulheres (RAM) de Camaquã, participou do programa Bom Dia Camaquã, apresentado pelo jornalista Eduardo Costa. Laís falou sobre os dados de violência contra a mulher, enquanto o mundo inteiro registra um aumento de casos, na cidade tem acontecido o contrário.
“Camaquã está na contramão do mundo inteiro”, comentou. Ela informou que houve uma redução no número de denúncias de violência doméstica. Ela explicou que eles gostariam que a violência estivesse diminuindo, porém entendem que aconteceu apenas a diminuição nas denúncias devido a pandemia de coronavírus.
Laís informou que foram realizadas apenas 14 intervenções que necessitaram de medidas protetivas durante o mês de abril. De acordo com a psicóloga, eram informados em média 40 denúncias e destas, 30 precisavam de medidas efetivas.
A sala das Margaridas não está funcionando na Delegacia em função do Covid-19. Ela explicou que todos os casos em que são solicitadas medidas protetivas, onde a mulher é afastada do agressor, continuam sendo passadas para a RAM. A partir do momento em que os casos são repassados para a Rede, são realizadas ligações para as vítimas, que são acolhidas e todos os demais procedimentos são feitos através de telefonemas e de forma online.
“Temos a ideia do lar doce lar, mas sabemos que na realidade não é bem assim”, falou. “É um ambiente humano de muito conflito. A violência doméstica encontra um local de ampliação quando este está fechado”, comentou. “Em tempos de pandemia a mulher pensa que não tem pra onde ir, pois nas casas que frequentava as pessoas já estão se protegendo mais, não estão aceitando pessoas de fora do seu ambiente doméstico”, explicou. “O Brasil é o 5º país em feminicídio. A cada quatro mulheres uma sofre violência”, informou.
É possível entrar em contato com a RAM através do WhatsApp 9 9583 4473.
Acompanhe a entrevista completa a partir dos 35 minutos de transmissão: