Sindicato dos Comerciários teme que sistema de saúde de Camaquã entre em colapso
Em nota, Sindicato divulgou propostas apresentadas na reunião do Comitê de Crise de Camaquã e demonstrou preocupação com a definição da reunião
No começo da noite deste domingo (29), o Sindicato dos Empregados do Comércio de Camaquã (SindiComerciários) divulgou o resultado da votação do Comitê de Crise criado para combater o Coronavírus em Camaquã. A reunião ocorreu no gabinete do prefeito e determinou a abertura do comércio e a indústria da cidade para a próxima quarta-feira (1º). A presidente do SindiComerciários, Sandra Maura Sampaio, integra o grupo representando a categoria dos trabalhadores do comércio e assinou a nota publicada na página do sindicato no Facebook.
O Comitê de Crise instalado pelo prefeito Ivo de Lima Ferreira decidiu por não divulgar os votos de cada entidade integrante do grupo. Em conversa com a reportagem do Clic Camaquã pelo WhatsApp, a presidente do sindicato dos comerciários disse que a população está indignada e que precisa saber o resultado da votação.
Na nota (leia abaixo), o Sindicato destacou que a proposta feita por Sandra Maura e apoiada por Lizete Oliveira, presidente do Conselho de Saúde de Camaquã, sugeria a manutenção do fechamento até 31 de março, como era previsto inicialmente, e a reavaliação da situação com base em dados técnicos e opiniões de profissionais da saúde. A proposta foi apoiada por Cleber Dornelles, FUNBECA – Fundação Assistencial e Beneficente de Camaquã (HNSA); Sandra Maura, Sindicato dos Comerciários; Lizete Oliveira, Conselho Municipal de Saúde; Luciano Pereira Dias, secretário de Saúde de Camaquã; Ivo de Lima Ferreira, prefeito de Camaquã.
Na nota, o Sindicato ainda demonstrou preocupação com a situação que a reabertura imediata pode trazer: “Abrindo o comércio agora, momento em que os organismos nacionais e internacionais de sáude afirmam que deve ocorrer o pico de propagação do vírus, faremos com o sistema de saúde do município entre em colapso. Mantendo apenas serviços essenciais, respeitando a quarentena, faremos com que o vírus tenha uma disseminação lenta e pouco agressiva, garantindo assim que o sistema de saúde possa atender a todos.”, destacou.
Desde então, são inúmeras as reações da população quanto à nota divulgada. Dentre os destaques, camaquenses questionaram o fato de que todos os que votaram a favor da reabertura não possuem ligação com a área da saúde. Após a reunião e a coletiva de imprensa ocorridas na última sexta-feira (27), o jornalista Eduardo Costa conversou com o prefeito Ivo de Lima Ferreira sobre a abertura do comércio. Assista:
A nota
Após a reunião, foram dezenas as mensagens recebidas pela reportagem do Clic Camaquã pedindo a divulgação dos votos das entidades presentes. Como a Prefeitura não havia divulgado e o resultado poderia ser divulgado apenas pelos presentes, a redação esperou que alguma das entidades se pronunciasse.
Após a divulgação por parte do Sindicato, centenas de camaquenses se posicionaram através dos comentários da publicação, trazida em primeira mão pela reportagem do Clic. Confira a nota:
“O novo coronavírus (covid-19) chegou a nossa região e precisamos buscar a melhor maneira para enfrentar essa realidade. Tivemos a oportunidade de assistir o exemplo de outros países e cidades do mundo, como de Milão na Itália, e que após o início da quarentena, cedeu à pressão de empresários e optou pela economia afirmando que “Milão não podia parar”, e como resultado de sua ação, mais de 5 mil pessoas morreram. Hoje, o prefeito se diz arrependido e afirma que não havia entendido a violência do vírus.
Camaquã vive situação semelhante a outras tantas cidades do mundo. Logo após o início da quarentena, o Prefeito cede à pressão de empresários e entidades e volta abrir o comércio. Caminhamos para situação semelhante à relatada e na eminência de uma situação muito grave de alastramento do contágio. A hora de mudar é agora, para se evitar perdas de vidas e impactos ainda mais sérios na economia.
O Sindicato dos Comerciários de Camaquã não concorda com as decisões tomadas pelo Comitê de Crise Interinstitucional e vem a público informar a sociedade camaquense que as decisões devam ser embasadas por questões técnicas, orientações e protocolos da OMS, autoridades de saúde, pelo Ministério da Saúde e pelo exemplo de outros países.
Na reunião do Comitê, dia 27/3, a proposta que prevaleceu foi apresentada pelo Senhor Otávio Moraes, e contou com o apoio da Acic, Farsul e Fecomércio. A proposta era de voltar com as atividades do comércio a partir de quarta-feira, 1º de abril, com 50% dos funcionários. A proposta foi apoiada por Otávio Moraes, Sindilojas, Costa Doce; Kátia Szczepaniak, ACIC – Associação Comercial e Industrial de Camaquã; Paulo Griebeler, Sindicato Rural de Camaquã; Lindomar Bergmann, Sindicato dos Trabalhadores Rurais; Ivana de Paula, Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores; José Carlos Gross, Associação dos Arrozeiros de Camaquã.
Uma segunda proposta foi apresentada pelo Prefeito de Tapes, Silvio Rafaeli, representando o Consórcio Intermunicipal Centro-Sul, para voltar com as atividades do comércio, a partir de segunda-feira, 30 de março, com 50% dos funcionários. E a terceira proposta foi apresentada pelo Contador Célio Affeldt, representando o Conselho de Governança para voltar com as atividades do comércio, a partir de segunda-feira, 30 de março, com todos dos funcionários.
O Sindicato dos Comerciários de Camaquã, representado por Sandra Maura Sampaio, e Lizete Oliveira, presidente do Conselho de Saúde de Camaquã, apresentaram a proposta de manter o decreto do Prefeito Ivo, que previa o fechamento do comércio por 14 dias e na terça-feira, 31 de março, reavaliar a situação baseados em dados técnicos e nas opiniões dos profissionais de saúde, sendo apoiada por Cleber Dornelles, FUNBECA – Fundação Assistencial e Beneficente de Camaquã (HNSA); Sandra Maura, Sindicato dos Comerciários; Lizete Oliveira, Conselho Municipal de Saúde; Luciano Pereira Dias, secretário de Saúde de Camaquã; Ivo de Lima Ferreira, prefeito de Camaquã.
Abrindo o comércio agora, momento em que os organismos nacionais e internacionais de sáude afirmam que deve ocorrer o pico de propagação do vírus, faremos com o sistema de saúde do município entre em colapso. Mantendo apenas serviços essenciais, respeitando a quarentena, faremos com que o vírus tenha uma disseminação lenta e pouco agressiva, garantindo assim que o sistema de saúde possa atender a todos.
Infelizmente, os mais prejudicados serão os trabalhadores, aqueles que realmente fazem a roda da economia girar e nosso povo mais humilde, que tem menos acesso a informação e condições. Mesmo reconhecendo a gravidade da situação sob os aspectos econômicos, tenho convicção de que a economia é possível recuperar, a vida não. Lutemos pela Vida!
Sandra Maura Sampaio, presidente do Sindicato dos Comerciários de Camaquã”
A coletiva
Durante a tarde desta sexta-feira (27), a Prefeitura Municipal de Camaquã realizou mais uma coletiva de imprensa para trazer atualização sobre a situação do Covid-19 na cidade. Desta vez o destaque foi a informação de que o comércio de Camaquã abrirá gradativamente a partir do dia 1º de abril, saindo, desta forma, do período de fechamento obrigatório.
A informação foi trazida pelo Prefeito Municipal de Camaquã, Ivo de Lima Ferreira. A decisão foi tomada após reunião com representantes de entidades da região. Ivo destacou que a reunião teve discussões acaloradas e divergências e definiu que o funcionamento será retomado a partir de 1º de abril, com 50% da capacidade de lotação e também com metade dos funcionários.
Assista a coletiva:
Reunião não é transmitida
Durante a tarde desta sexta-feira (27), o Comitê de Gestão de Crise de Camaquã realizou reunião na Prefeitura Municipal. O comitê foi formado para tomar decisões em relação à pandemia de Coronavírus e combater os seus efeitos. Dentre as pautas debatidas, esteve a reabertura do comércio de Camaquã.
A reunião contaria com transmissão feita pela Prefeitura de Camaquã e retransmissão na página do Clic Camaquã no Facebook. Após o início da reunião, a reportagem do Clic Camaquã obteve, com exclusividade, a informação de que as entidades presentes solicitaram que a transmissão ao vivo não fosse realizada.
O jornalista Eduardo Costa esteve no local e realizou uma transmissão ao vivo para falar sobre o assunto:
Carreata pede a abertura do comércio
Na tarde de sexta-feira (27), um grupo de camaquense promoveu uma carreata seguida de buzinaço em frente à Prefeitura Municipal de Camaquã. O motivo, segundo os empresários, é a reabertura do comércio na cidade.
O início da carreata ocorreu às 13:30, em frente à Fortral, junto ao trevo de acesso norte de Camaquã. A carreata seguiu pela avenida José Loureiro da Silva, passando pela rua Capitão Adolfo Castro e seguindo pela avenida Olavo Moraes, até o cruzamento onde está localizado o estúdio da ClicRádio e a Prefeitura de Camaquã.
Divergência entre os camaquenses
Decretado na última sexta-feira (20) entre os municípios que fazem parte do Consórcio Centro-Sul, o decreto de isolamento regrou a convivência dos moradores e a abertura dos comércios da região. Na quinta-feira (26), a coletiva diária realizada pela Prefeitura Municipal de Camaquã trouxe uma nova possibilidade: o retorno gradativo das atividades. O prefeito Ivo de Lima Ferreira destacou que o isolamento pode ser encerrado no dia 3 de abril, trazendo, desta forma, a normalidade da rotina dos camaquenses na segunda semana de abril.
A novidade trouxe divergência para a comunidade camaquense, que ficou dividida entre voltar ou não às atividades regulares. Clique e confira a reportagem exclusiva do Clic Camaquã.
Enquete do Clic
O poder de decisão não cabe à imprensa ou à população, mas vivemos em uma democracia e todos possuem direito à opinião. De acordo com a sua, o comércio deve seguir fechado ou retornar às atividades gradualmente?
Vote na enquete disponível na fanpage do Clic Camaquã no Facebook e deixe seu argumento nos comentários. Os pontos mais pertinentes serão levados pela reportagem ao prefeito Ivo de Lima Ferreira durante a coletiva realizada na tarde desta sexta-feira (27).
