Secretário de Saúde do RS avalia queda da cobertura vacinal
O Estado buscará difundir informação para alavancar a imunização
A cobertura vacinal vem caindo gradativamente nos últimos anos, especialmente as voltadas para crianças. E essa queda vem facilitando o reaparecimento de doenças dadas como erradicadas, como sarampo e poliomielite. O desaparecimento das enfermidades diminui o que especialistas chamam de percepção de risco, ou seja, como não há registro das enfermidades, os riscos delas deixam de ser percebidos, o que leva a um descuido, que possibilita este reaparecimento.
O secretário de saúde do Rio Grande do Sul, Francisco Paz, cita outros fatores que contribuem para os baixos números. “O primeiro fator desta questão é a sensação falsa de que estamos com o problema resolvido, que não está. Precisamos estar sempre atentos e vigilantes. Outra questão são as fake News, ideias que estão correndo em alguns setores da sociedade tentando desqualificar o ato de vacinar. Temos também alguns setores da própria medicina que não estão dando a real importância a vacina, felizmente são poucos”, afirma.
Um dos fatores apontados são os chamados movimento antivacina, que fazem associações inexistentes de causa e efeito entre as medicações e outras doenças. Um problema que fica ainda maior quando esse tipo de informação chega justamente por um profissional de saúde, junto a uma orientação de não vacinação.
Conforme o secretário, a imunização é obrigatória por lei e o Estado trabalhará para orientar inclusive estes profissionais para que reforcem a importância da vacina. “É uma situação difícil, porém é obrigatório vacinar a criança. Profissionais que por ventura desaconselhem estão errados, evidente que o médico pode errar, mas nossa obrigação como agentes públicos é chamara atenção da população. É obrigado a vacinação, nós vamos buscar conscientizar toda a categoria médica, todo o serviço de saúde em ficar empenhado em trazer a população para a vacina”, explica.
A campanha de vacinação contra sarampo e poliomielite começa em agosto e terá as crianças como público-alvo. Porém, adultos que não têm certeza de estarem com a imunização em dia, podem procurar as unidades de saúde. Até os 29 anos, devem ser feitas duas doses de vacina contra caxumba, rubéola e sarampo. Dos 30 aos 49, uma dose é o suficiente. Em relação às crianças, o Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, torna a vacinação obrigatória por lei.