São Paulo suspende competições esportivas, cultos religiosos e entra em fase emergencial
Governador João Dória anunciou suspensão de serviços e diminuiu lista de serviços essenciais; instituições privadas poderão operar com 35% da capacidade
Nesta quinta-feira, 11 de março, o governador de São Paulo, João Dória, anunciou a entrada do Estado na fase vermelha, semelhante à situação de emergência em todo o território paulista. A fase emergencial prevê regras mais rígidas de funcionamento da fase vermelha da quarentena. De acordo com o Governo, as medidas passam a valer a partir de 15 de março e seguem vigentes até o dia 30.
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Coordenador executivo do Centro de Contingência do combate ao Covid-19, o gaúcho João Gabbardo foi um dos protagonistas da coletiva e fez um alerta à população. Segundo ele, o Estado se aproxima de um colapso de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e por isso, a população precisa entender a gravidade da fase vermelha. Ele destacou que se não houver melhora, os médicos chegarão ao ponto de escolher quem vive e quem morre nos hospitais.
Ao abrir a coletiva, Dória afirmou que São Paulo chegou ao momento mais crítico da pandemia e mostrou um vídeo com pessoas internadas em hospitais com lotação máxima. Em tom de tristeza, ele lamentou a situação:
“Eu, pessoalmente, estou bastante triste em anunciar o que temos que anunciar antes aqui mas a nossa prioridade desde março do ano passado foi e continua sendo preservar as pessoas, preservar vidas”, disse o governador.
O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, destacou que o estado enfrenta o pior momento da pandemia.
“Hoje, 53 municípios estão com 100% na taxa de ocupação. Lembrando que na segunda-feira nós tínhamos 31 municípios nesta situação.”
Assista a coletiva de imprensa iniciada às 12h45, no Palácio dos Bandeirantes:
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Confira o que pode funcionar na fase vermelha:
- Escolas privadas, com 35% da capacidade
- Hospitais, clínicas, farmácias, dentistas e estabelecimentos de saúde animal (veterinários)
- Supermercados, hipermercados, açougues e padarias, lojas de suplemento, feiras livres
- Delivery e drive-thru para bares, lanchonetes e restaurantes: permitido serviços de entrega
- Cadeia de abastecimento e logística, produção agropecuária e agroindústria, transportadoras, armazéns, postos de combustíveis
- Empresas de locação de veículos, oficinas de veículos, transporte público coletivo, táxis, aplicativos de transporte, serviços de entrega e estacionamentos
- Serviços de segurança pública e privada
- Construção civil e indústria
- Meios de comunicação, empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens
- Outros serviços: lavanderias, serviços de limpeza, hotéis, manutenção e zeladoria, serviços bancários (incluindo lotéricas), serviços de call center, assistência técnica e bancas de jornais.
Recordes
São Paulo teve nesta quarta (10) a maior média móvel de mortes de toda a pandemia. O índice superou o recorde de agosto de 2020, quando o índice chegou a 289 mortes diárias, pelo terceiro dia seguido.
A média móvel, que leva em consideração os registros dos últimos sete dias e minimiza as diferenças das notificações, foi de 312 óbitos por dia nesta quarta.
Foi a primeira vez que o índice supera 300 mortes. O número representa um aumento de 34% em relação ao verificado há 14 dias, o que, segundo os especialistas, indica tendência de alta.
O estado registrou também 517 novas mortes por Covid-19 nas últimas 24h, além de 16.058 novos casos confirmados da doença.
A taxa de ocupação de UTIs do estado de São Paulo também alcançou seu maior índice histórico, com 82% dos leitos ocupados. Na Grande São Paulo, a taxa média é de 83,6%.