Região de Camaquã tem taxa de ocupação de UTI’s de 73,9%
Dos 46 leitos de UTI Covid-19 disponíveis em sete hospitais da região, 34 estão ocupados; esta é a maior taxa de ocupação nos últimos 30 dias
Na expectativa para o resultado do recurso que tem como objetivo manter a região de Camaquã em bandeira laranja, os sete hospitais da região possuem 73,9% leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Covid-19 ocupados. Dos 46 leitos de UTI Covid-19 disponíveis, 34 estão ocupados. Esta é a maior taxa de ocupação nos últimos 30 dias.
Na Região Metropolitana de Porto Alegre, a situação é muito mais preocupante. De acordo com o painel de monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde (SES), as 354 vagas para pacientes críticos dos 70 hospitais que integram a macrorregião estão sendo usadas, sendo que as UTIs estão com 358 internados — quatro a mais do que o teto estipulado pelas instituições.
A cidade de Camaquã moveu recurso para que a 21ª Região de Saúde, que compreende os municípios da região de Guaíba e Carbonífera, permaneça na bandeira laranja na 32ª Rodada do Distanciamento Controlado. A informação foi obtida com exclusividade pela reportagem do Clic Camaquã junto ao procurador Municipal, Fabiano Ribeiro. A ação foi movida pelo município de Camaquã, em conjunto ao municípios da Associação da Costa Doce.
Ainda de acordo com informações apuradas pela reportagem junto à pessoas ligadas ao Governo e lideranças da região, a expectativa para que o recurso seja aceita é baixa.
Comércio apreensivo
Durante o programa Controle Geral deste sábado, 5 de dezembro, a presidente da Associação Comercial e Industrial de Camaquã (ACIC), Kátia Szczepaniak, falou sobre o recurso e demonstrou apreensão sobre o assunto. Clique aqui e assista a entrevista.
“Nós sabemos que o comércio não é o culpado”, destacou Kátia. Foto: Elias Bielaski / Clic Camaquã
Segundo ela, a expectativa é de que a região fique na bandeira vermelha. “Nós sabemos que o comércio não é o culpado”, destacou a presidente sobre a disseminação da Covid-19 na região. Kátia ainda afirmou que boa parte dos empresários já está preparada para o Natal e a expectativa é de um novo “fôlego” para os lojistas.
O presidente do Sindilojas Costa Doce, Otávio Moraes, destacou a preocupação com a situação vivida pelos comerciantes:
“Chegamos ao final do ano da mesma forma que começamos lá em março. Muito preocupados, muito atentos a tudo que está acontecendo mas num cenário onde o Governo do Estado entendeu que não pode mais ter possíveis econômicos”, ressaltou. Otávio lembrou que a possível entrada em uma bandeira vermelha não restringe a atuação do comércio, mas limita horários para a abertura e funcionamento do mesmo.
“Precisamos praticar a empatia com o próximo e evitar aglomerações”. Foto: Elias Bielaski / ClicRádio
Ele lembrou que a classe que depende de eventos para exercer seus empregos precisaria ser abrangida e mesmo com limitações, deveria atuar de alguma forma.
O presidente ainda destacou que apesar do novo decreto do Estado não restringir a atuação do comércio, não há tranquilidade por parte dos comerciantes, já que o contágio da Covid-19 segue acontecendo.
Na capital Gaúcha, que permaneceu na bandeira vermelha durante a última semana, a preocupação é com a possibilidade de um lockdown, já que as UTIs em Porto Alegre têm maior média de ocupação em nove semanas.
Novas medidas de combate
Durante a semana, entidades e representantes do Poder Policial se reuniram em duas oportunidades na Prefeitura de Camaquã para debater uma possível entrada na bandeira vermelha e novas ações de fiscalização na região. Clique aqui e confira a matéria completa.
Confira a nota divulgada pela Polícia após a reunião desta quinta-feira (3):
“A Polícia Civil, na tarde de hoje, participou de reunião com as forças policiais, Ministério Público e Prefeitura Municipal de Camaquã para tratar as estratégias e ações que ocorrerão nos próximos dias visando a conscientização da população acerca das medidas contenção ao avanço do novo Coronavírus em nosso município. A reunião ocorreu no salão nobre da Prefeitura Municipal de Camaquã e contou com a participação da Delegada de Polícia Regional, Carla Kuhn, e da Delegada de Polícia Georgia Malafaia, além dos representantes das demais instituições.”
Clique aqui e assista a entrevista completa.
Um dos principais destaques foi a fala com relação à piora na situação do Rio Grande do Sul: “Provavelmente, na próxima semana, entraremos em bandeira vermelha”, alertou Carla. A delegada pediu que todos sejam mais solidários e pensem mais em seus familiares e pessoas próximas.
Segundo a delegada, a reunião junto ao Poder Executivo foi motivada pelo novo decreto Estadual que estabelece uma série de novas restrições para regiões em bandeira vermelha. Acesse aqui o decreto com as atualizações.
Semana de recordes
A semana foi marcada por novos recordes de casos de Covid-19 em 24h. Na quarta-feira (2), a cidade de Camaquã teve 58 diagnósticos positivos trazidos pela Secretaria Municipal da Saúde. Ao todo, os cinco boletins da semana somaram 199 novos casos de Covid-19. Acesse a editoria Saúde e Bem Estar do portal Clic Camaquã e confira todos os boletins, emitidos de segunda a sexta-feira. É importante destacar que a publicação dos boletins acontece de forma ininterrupta desde março.
O recorde anterior havia sido comunicado na segunda-feira, 30 de novembro, com a confirmação de 50 novos casos. Clique aqui e leia mais. Anteriormente, o recorde havia sido registrado em 25 de novembro, quando 46 novos casos foram comunicados. Clique aqui e leia mais.
Aglomerações
Na noite desta sexta-feira, 04 de dezembro, a Polícia Civil em conjunto com a Brigada Militar e Prefeitura Municipal de Camaquã, realizaram uma ação de conscientização da população camaquense. A operação das autoridades ocorreu, por conta do aumento significativo de casos de Covid-19 na cidade. Clique aqui e confira a matéria completa com fotos da ação.
Diversos relatos de aglomeração em pontos de Camaquã foram registrados por internautas durante o última final de semana. Com a aproximação do verão, a movimentação em alguns pontos seguem aumentando, assim como os casos de Covid-19.
Confira o vídeo registrado no domingo (29/11):
Distanciamento Controlado
Apenas uma região não foi classificada com alto risco epidemiológico no mapa preliminar da 31ª rodada do Distanciamento Controlado. A região de Taquara e seus oito municípios receberam bandeira laranja (risco médio). Todo o restante do Rio Grande do Sul aparece em vermelho na divulgação feita pelo governo nesta sexta-feira (4/12).
Veja a classificação prévia da 31ª rodada: https://distanciamentocontrolado.rs.gov.br
A cor predominante do mapa preliminar reforça o alerta emitido há semanas pelo governador Eduardo Leite, devido à mudança do cenário de estabilização para aumento de internações por Covid-19 no Estado, e que foi ampliado por meio de decreto. Publicado na segunda-feira (30/11), o documento traz medidas válidas por 14 dias, como a suspensão do sistema de cogestão do Distanciamento Controlado, para unificar as restrições e obrigando todos os locais com alto risco epidemiológico a segui-las para conter a contaminação, e alterações em protocolos de bandeira vermelha.
“Precisamos reforçar a necessidade de cuidados e reduzir a circulação de pessoas e conter a propagação de coronavírus no RS. Agora, o que queremos é que as pessoas se encontrem menos, em festas e confraternizações, ou mesmo em parques e locais públicos, onde tendem a se cuidar menos. Não é hora de aglomerações. Reduzir contatos é muito importante nesse momento, porque quebramos o ciclo de contágio”, afirmou Leite ao anunciar as medidas.
No mapa preliminar anterior, todas as 21 regiões Covid apareceram, pela primeira vez, em vermelho – depois, a análise do Gabinete de Crise acatou dois pedidos de reconsideração e o mapa definitivo ficou com 19 em alto risco. Nesta rodada, foram 20 bandeiras vermelhas no cálculo prévio, mas não quer dizer que houve melhora. Pelo contrário.
Para o total do Rio Grande do Sul, houve piora em todos os indicadores. Entre as maiores variações estão o número de casos de Covid-19 ativos (aumento de 20%), os internados em leitos clínicos com Covid-19 registrados nos últimos sete dias (+15%) e os óbitos nos últimos sete dias (+29%).