“Pílula do câncer” é reprovada em sua primeira análise oficial
Os primeiros resultados de testes independentes feitos com a chamada “pílula do câncer”, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de São Paulo de São Carlos (SP), não foram animadores. Segundo as análises, ela tem baixo grau de pureza e demonstra pouco ou nenhum efeito sobre células tumorais, com desempenho muito inferior ao de drogas já disponíveis. Os resultados foram divulgados na semana passada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que prometeu investir 10 milhões de reais em testes da “pílula do câncer” em 2015, em resposta à pressão de grupos de pacientes que relatavam melhoras após usar a droga.
A empolgação popular fez com que a Câmara dos Deputados aprovasse, no começo de março, um projeto que libera a produção, a venda e o uso da pílula, mesmo sem a comprovação de sua eficácia. Ainda falta o aval do Senado para a legislação.
Desde os anos 1980, um grupo de pesquisadores liderado pelo químico Gilberto Chierice estuda a fosfoetanolamina e suas possíveis propriedades anticâncer. Alguns estudos publicados pelo grupo indicam que a fosfoetanolamina seria capaz de matar múltiplos tipos de células cancerosas.