Pacientes denunciam a falta de medicamentos para fibrose
Secretaria da Saúde alega problemas de logística
Doença que afeta cerca de 70 mil pessoas, a fibrose cística é uma das mais graves e comuns na infância. A doença pode afetar os pulmões, pâncreas e sistema digestivo dos pacientes – que precisam consumir uma enzima pancreática a cada refeição.
O custo do tratamento para a enfermidade – que é considerada uma doença crônica – pode chegar a R$ 15 mil. No Rio Grande do Sul, os pacientes que lutam contra a fibrose cística enfrentam dificuldades para receber o tratamento.
Em protesto realizado em frente ao Palácio Piratini, na última quinta-feira (01), a Associação de Apoio a Portadores de Mucoviscidose denunciou a falta de medicamentos no Estado.
De acordo com a Presidente da associação e mãe de um portador de fibrose cística, Elisabeth Backer, o problema vem acontecendo desde o início do ano: “A gente tem uma ação judicial que garante o direito dos pacientes de terem esses medicamentos desde 2001. Essa ação foi em Supremo, ganhamos e foi executada em 2004, mas o Estado tem deixado faltar”, afirma.
Elisabeth relata, ainda, que o problema é recorrente também no interior do Estado. “A Secretaria apenas diz que os medicamentos vão chegar, que vai conseguir distribuir no Estado remédios e sondas, medicamentos pulmonares”, conta.
Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde afirma que o único medicamento importado é o multivitamínico, que não está em falta, assim como outras drogas do tratamento.
Ainda por meio de nota, a Secretaria afirma que podem ocorrer desabastecimentos de itens específicos em alguns municípios, devido a problemas de logística. A dificuldade de alguns fornecedores em realizar a entrega dentro dos prazos estipulados pela Secretaria também é apontada como uma das causas.
A Presidente da Associação de Apoio a Portadores de Mucoviscidose, Elisabeth Backer, desabafa que é fundamental para os pacientes que a distribuição dos medicamentos seja normalizada.
“A gente tinha um indicador de morte no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. Hoje o paciente chega na idade adulta, chega aos 40 anos. No Brasil, essa sobrevida acaba prejudicada por falta de medicamentos”, aponta Elisabeth.
De acordo com a Secretaria da Saúde, os municípios da região metropolitana retiram seus medicamentos diretamente no almoxarifado da Secretaria. Já os demais municípios do interior do Estado retiram os medicamentos junto às Coordenadorias Regionais de Saúde.