Mitos e verdades sobre chocolate na gravidez
Se a saúde estiver em ordem, não faz mal comer um pedacinho de vez em quando. Mas será que tudo o que você sabe sobre essa delícia está certo? Descubra!
Não adianta fingir que você não se importa com a enorme variedade de chocolates que você vê nas prateleiras dos supermercados. Mas se você está grávida, é necessário alguns cuidados antes de cometer o pecado da gula. Veja a seguir:
Depende. O chocolate é um alimento calórico, com altas concentrações de gordura e açúcar. Por isso, gestantes com sobrepeso ou obesidade devem evitar o consumo. Além disso, o excesso da gostosura pode causar uma resistência à insulina e vira um agravante para gestantes com tendência a diabetes gestacional. Se você é uma grávida que não se encaixa nas categorias citadas acima, está tudo liberado. Quer dizer, desde que você não abuse em quantidade. O ideal é que o consumo diário não ultrapasse o equivalente a 30 gramas ou um bombom.
Verdade. O açúcar e a gordura em excesso também são responsáveis por esses sintomas inconvenientes. O primeiro causa fermentação, o que potencializa ainda mais a típica acidez gástrica da gravidez (provocada principalmente pelo aumento de tamanho do estômago e a consequente pressão abdominal). Já o alto teor de gordura relaxa o esfíncter do estômago e favorece a sensação de enjoo. Mas não precisa se preocupar, pois problemas como estes só acontecem se você já tiver uma pré-disposição. Existem gestantes que não sentem absolutamente nada.
Mito. Um estudo realizado na Universidade de Helsinki, na Finlândia, sugere que as grávidas que comem o doce durante os nove meses podem ter crianças mais felizes. Os pesquisadores acreditam que os elementos químicos encontrado no doce podem chegar à criança durante a gestação. No entanto, Alexandre Pupo Nogueira, ginecologista e obstetra do Hospital Sírio-Libanês (SP), afirma que a serotonina ativada pelos componentes do chocolate – substância responsável, entre outras coisas, pelo humor – não atravessam a placenta. Ou seja, a mãe pode, sim, ficar mais feliz, já o feto, não, pelo menos não há nada que comprove cientificamente.
Verdade. Funciona assim: quanto maior a concentração de cacau, melhor a propriedade nutricional. Isso acontece porque a fruta é rica em antioxidante, substância que ajuda na manutenção da saúde. Os chocolates do tipo meio amargo possuem entre 40% e 50% de cacau, mas já existem no mercado tipos que podem chegar de 70% a 90%. Além disso, os chocolates mais amargos têm menos açúcar, leite e gordura na fórmula. O pior tipo é o branco, que é mais gorduroso.
Mito. Se você pensa que se optar por esse tipo estará livre da culpa, engana-se. O tipo diet não tem açúcar na composição, mas pode ser tão calórico quanto o chocolate ao leite. Além disso – olha a pegadinha! – podem ser mais gordurosos, já que a diminuição do doce precisa ser compensada de alguma forma para que o sabor melhore. Para evitar as armadilhas, fique muito atenta ao rótulo dos produtos.
Verdade. Bateu aquela fome no meio da tarde? Nem pense em pegar uma barra da sua gaveta do trabalho, é possível que você devore tudo em segundos. O melhor momento para comer o seu pedaço diário é após as refeições, quando a fome já está controlada. E não se esqueça de incluir muitas fibras na dieta. Elas melhoram o trânsito intestinal e inibem a absorção dos carboidratos presentes na barra de chocolate.
*Fonte: Nidia Pucci, nutricionista-chefe do Ambulatório de Obstetrícia e Urologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas (SP).