Ministério da Saúde quer imunizar mais de 77 mil meninas contra o HPV no RS
A vacina já pertence ao calendário nacional, sem pertencer apenas a campanhas
Para impedir que especialmente a geração de adolescentes de todo o país se contamine com o principal fator responsável pelo câncer do colo de útero, o Ministério da Saúde está intensificando a vacinação de prevenção ao vírus HPV em meninas de 9 a 13 anos. A vacinação do HPV não se trata de uma campanha, já que há três anos as doses já pertencem às rotinas das salas de vacinação de todo o país, sem um período específico. Porém, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Antonio Nardi, afirma que a maior preocupação do governo federal é com a segunda dose da vacina, que precisa ser feita seis meses depois da primeira, e que apresenta baixa procura pelas jovens.
“Este é um período em que nós estamos fazendo uma grande intensificação. Não falta vacina de HPV, mas o que nós ainda temos tido é uma baixa procura, principalmente, para o recebimento da segunda dose. Temos muitas meninas que iniciam o esquema recebendo a primeira dose, mas a segunda dose muitas vezes cai no esquecimento e, com isso, acabamos tendo uma baixa cobertura e uma não efetividade de 100% de imunização nessas meninas”, disse o secretário.
No Rio Grande do Sul, mais de 77,2 mil meninas de nove anos devem ser vacinadas contra o HPV. A vacina HPV quadrivalente faz parte do calendário nacional e está disponível em cerca de 36 mil salas de vacinação de todo o país.
Além das adolescentes de 9 a 13 anos, o que inclui também a população indígena na mesma faixa etária, também devem receber a vacina meninas e mulheres vivendo com HIV/Aids de 9 a 26 anos. Atualmente, existem 59 mil mulheres de 15 a 26 anos vivendo com HIV e Aids no Brasil. Para meninas e mulheres vivendo com HIV e Aids, o esquema vacinal consiste na administração de três doses. A segunda dose deve ser administrada dois meses depois da primeira e, a terceira, seis meses após a primeira (0, 2 e 6 meses).
O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença, sendo 70% infectadas pelos tipos 16 e 18, que são de alto risco para o desenvolvimento câncer do colo do útero. Estudos apontam que 265 mil mulheres, no mundo, morrem devido à doença. Neste ano, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 16 mil novos casos e cerca de 5,4 mil óbitos em 2016.
