Usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nosso portal, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao continuar navegando, você concorda com este monitoramento. Leia mais na nossa Política de Privacidade.

  • Faça uma visita na Rua General Zeca Netto, 970 – no centro de Camaquã ENTRE EM CONTATO (51) 9 9368-4947 (7)
  • Faça uma visita na Rua General Zeca Netto, 970 – no centro de Camaquã ENTRE EM CONTATO (51) 9 9368-4947 (8)
  • 970×90
  • Design sem nome – 2024-02-06T170807.664
  • TEXEIRA GÁS ultragaz
  • Faça uma visita na Rua General Zeca Netto, 970 – no centro de Camaquã ENTRE EM CONTATO (51) 9 9368-4947 (9)
  • WhatsApp Image 2024-03-01 at 09.20.19
  • UNIFIQUE CMQ – Banner 970x90px
  • CMQ 01 010 (1)
  • Banner-Camaqua_CC 970×90 (5)
  • Design sem nome – 2024-02-29T112346.494
  • globalway (1)
  • Design sem nome – 2024-02-29T143231.335
  • Design sem nome – 2024-02-06T154143.111

‘Meu útero foi removido sem eu saber e só descobri 11 anos depois’

Quase 50 mulheres foram esterilizadas sem consentimento em hospitais públicos da África do Sul, de acordo com a Comissão para Igualdade de Gênero


Por Redação/Clic Camaquã Publicado 28/02/2020
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Uma mulher sul-africana contou à BBC como ela foi vítima de uma esterilização forçada depois de dar à luz sua primeira filha, aos 17 anos. Ela só descobriu que seu útero havia sido removido 11 anos depois, quando tentou engravidar novamente.

Bongekile Msibi é uma de 48 mulheres que foram esterilizadas sem consentimento em hospitais públicos do país, de acordo com a Comissão para Igualdade de Gênero.

Mãe de uma menina, Bongekile Msibi quer muito um outro filho — Foto: Bongekile Msibi/Arquivo Pessoal

Mãe de uma menina, Bongekile Msibi quer muito um outro filho — Foto: Bongekile Msibi/Arquivo Pessoal

Embora seja uma entidade criada por lei, a Comissão diz que sua investigação foi dificultada pelo “desaparecimento” de prontuários de pacientes e que os investigadores tiveram uma “recepção hostil” de funcionários do hospital.

O ministério da Saúde da África do Sul ainda não deu uma resposta detalhada para o relatório, mas disse que o ministro da Saúde, Zweli Mkhize, pediu uma reunião com a Comissão para discutir os casos.

Msibi contou sua história à reporter Clare Spencer, da BBC:

Tinha minha primeira filha aos 17 anos em um hospital público na África do Sul. Acordei depois do parto, olhei para baixo e perguntei: “Por que tenho uma bandagem enorme na barriga?”

Eu não me importei na hora. Tinha dado à luz minha filhinha. Ela era um bebê grande e eu tinha sido anestesiada e passado por uma cesária.

Deixei o hospital depois de cinco dias, com uma filha saudável e uma enorme cicatriz na barriga.

Eu só descobri o que aconteceu 11 anos depois, quando estava tentando ter um segundo filho.

Eu vinha tomando anticoncepcional durante todo esse período, desde o nascimento da minha filha, então eu não achava anormal não menstruar (alguns anticoncepcionais impedem a menstruação).

Mas eu fiquei noiva e queria ter um outro filho, então fui ao médico.

Ele me examinou, me fez sentar, me deu um copo de água e me disse que eu não tinha útero.

Leia também: ÚLTIMOS DIAS: Participe da votação do Prêmio Prime 2020

‘Fui muito cruel’

Eu fiquei arrasada e confusa. Não fazia sentido, porque eu era mãe.

Foi muito cruel o que fizeram comigo.

Procurei a imprensa, depois o ministério da Saúde, e acabei voltando ao hospital onde tive minha filha.

Encontrei o médico que disse que estava lá no dia do parto. Ele não pediu desculpas. Disse que tinha me esterilizado para salvar minha vida.

Eu não sei até hoje do que ele estaria tentando me salvar. Não havia registros no hospital.

E eu não sou a única. Uma investigação descobriu que há outras 47 mulheres que sofreram o mesmo que eu.

Algumas ouviram que foi porque elas tinham HIV, mas eu não tenho. Eu não sei por que eles fizeram isso.

O médico me disse que eu assinei um formulário de consentimento. Eu não assinei. Eu era menor de idade na época, então nem poderia.

Ele então me disse que minha mãe, que estava comigo no parto, tinha assinado o formulário. Ela disse que não assinou.

Essa notícia mudou minha vida. Eu acabei terminando com meu noivo. Tive que deixá-lo ir, porque ele queria muito ter filhos e eu não poderia lhe dar isso.

 


Bongekile Msibi foi esterilizada na mesma cirurgia em que teve sua filha (na foto) — Foto: Bongekile Msibi/Arquivo Pessoal

Bongekile Msibi foi esterilizada na mesma cirurgia em que teve sua filha (na foto) — Foto: Bongekile Msibi/Arquivo Pessoal

Quando eu me encontrei com o médico me perguntaram o que eu queria.

Eu quero tanto um filho! Quando eu vi uma colega grávida nesta semana eu não pude suportar.

Minha filha quer um irmão e quando cruzamos com crianças na rua ela sugere que eu adote um como meu filho.

Eu ainda tenho ovários, então acho que o hospital deveria pagar por uma barriga de aluguel.

Eu quero que alguém seja responsabilizado.

Não podemos permitir que médicos continuem fazendo isso, nossos direitos como mulher estão sendo violados.

Médicos precisam saber que estão sob escrutínio, que sabemos o que eles fazem enquanto estamos inconscientes.

E eu quero que o médico que fez isso peça desculpas.

Pela forma como eles lidaram com isso, parece que ele tinha tirado apenas um dedo, quando na verdade toda minha identidade como mulher foi roubada.

Eu jamais vou superar isso e aquela cicatriz sempre será uma lembrança.

 

 

  • CMQ 01 010 (1)
  • Design sem nome – 2024-02-29T143231.335
  • Banner-Camaqua_CC 970×90 (5)
  • globalway (1)
  • TEXEIRA GÁS ultragaz
  • Design sem nome – 2024-02-06T170807.664
  • 970×90
  • Design sem nome – 2024-02-29T112346.494
  • WhatsApp Image 2024-03-01 at 09.20.19
  • Faça uma visita na Rua General Zeca Netto, 970 – no centro de Camaquã ENTRE EM CONTATO (51) 9 9368-4947 (8)
  • UNIFIQUE CMQ – Banner 970x90px
  • Design sem nome – 2024-02-06T154143.111
  • Faça uma visita na Rua General Zeca Netto, 970 – no centro de Camaquã ENTRE EM CONTATO (51) 9 9368-4947 (7)
  • Faça uma visita na Rua General Zeca Netto, 970 – no centro de Camaquã ENTRE EM CONTATO (51) 9 9368-4947 (9)