Médicos encerram greve na Santa Casa de São Lourenço do Sul
Profissionais de cinco especialidades estavam parados há 50 dias em função de salários atrasados
Representantes do corpo clínico da Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul e provedoria do hospital chegaram finalmente a um acordo que encerra a greve de médicos de cinco especialidades que estavam parados há 50 dias. A informação é da assessoria de imprensa do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers).
Em nota divulgada pelo Sindicato, o pagamento dos valores devidos será feito em 18 meses. Ainda conforme o documento, a categoria abriu mão do mês referente a fevereiro, quando a greve teve início. Os profissionais, de acordo com o Simers, também farão novos contratos com a Santa Casa, aceitando redução de 20% nas remunerações. O teor do acordo foi ratificado em um termo de confissão de dívida firmado em cartório.
O Sindicato defende a versão de que a greve foi bem-sucedida. A paralisação só terminou após a provedoria do hospital ceder. “Finalmente o hospital se comprometeu a honrar os compromissos dentro das possibilidades. Ainda há muito o que avançar, mas entendemos que o acordo vai permitir trabalharmos em conjunto daqui para frente”, afirmou a vice-presidente do Simers, Maria Rita de Assis Brasil.
A população do município estava há uma semana sem atendimentos de urgência e emergência na Santa Casa de Misericórdia. Dia 17 deste mês a administração do hospital fechou o bloco cirúrgico, a maternidade e a pediatria.
O Simers divulga que a Santa Casa havia recebido cerca de R$ 1,4 milhão em janeiro em valores em atraso do governo do Estado. O Sindicato diz que o montante devia ser utilizado no pagamento de médicos e funcionários. O provedor do hospital, José Ney Lamas, negou. Em contato com o Diário Popular há uma semana, ele disse que os valores foram depositados mas para outras despesas – não para o pagamento dos salários atrasados do corpo clínico.