Instabilidade do clima no RS aumenta doenças respiratórias
Comportamento dos gaúchos contribui para "ites" nos meses mais frios do ano
Frio. Chuva. Sol. Calor. Viver na Capital que apresenta a maior amplitude térmica do Brasil é, também, aprender a conviver com todas as variações possíveis do clima, em um espaço de poucas horas. As “ites”, como chamamos as doenças respiratórias como a bronquite, a rinite e a sinusite, também se tornaram uma inconveniente parte da rotina dos gaúchos.
Combinado com o nosso comportamento, o clima do Rio Grande do Sul contribui para que soframos muito mais com estas enfermidades do que os demais brasileiros. É o que explica o chefe do serviço de otorrinolaringologia do Hospital Moinhos de Vento, Dr. José Henrique Muller: “No Rio Grande do Sul, pelo próprio clima frio, temos a tendência a fechar as janelas, ficar em espaços fechados aglomerados, com muita gente, em exposição a vírus e bactérias”.
Segundo o especialista, a cultura do gaúcho faz, ainda, com que as nossas casas não estejam preparadas para nos abrigar durante os períodos mais frios do ano. “Do Chuí para o sul todas as casas têm calefação. Do Chuí para o norte, as casas não têm. É um problema cultural. As casas são mal planejadas com a desculpa de que nós temos pouco tempo de frio por ano”, explica Muller. “É um povo que está sofrendo com o despreparo para o ambiente agressivo em alguns meses do ano, e nós vamos pagar esse preço tendo mais doenças respiratórias”.
Mas a mudança da nossa atitude, no sentido da prevenção às doenças respiratórias, pode ser simples. Alimentação, hidratação, sono e atividades físicas colaboram para que o nosso corpo sofra menos com a variação climática.