Hospital de São Jerônimo pode suspender atendimentos
Hospital de Caridade pode suspender atendimentos a 70 partos por mês por falta de verbas do SUS
Em meio à crise financeira enfrentada pelos hospitais filantrópicos do Rio Grande do Sul, a expectativa é de que três mil pessoas participem de um “abraçaço” ao Hospital de Caridade de São Jerônimo, na tarde desta quinta-feira. A instituição pode fechar a maternidade no próximo mês caso continuem os atrasos dos repasses estaduais. O local é referência em atendimento para oito municípios da região.
Conforme a administração do hospital, 90% do 6,4 mil atendimentos mensais são realizados pelo SUS. A dívida desde o ano passado já chega a R$ 1,5 milhão conforme o administrador João Pozza. “A maternidade é apenas um de nossos serviços. Na área de traumatologia e ortopedia, não sei até quando será possível manter os serviços porque o Estado pagou somente 40% das verbas mensais. Estou perdendo profissionais para atender nesse setor específico”.
Os salários de maio estão atrasados e a folha de junho somente foi paga em dia porque o hospital contraiu um empréstimo. Conforme o administrador, o protesto desta quinta visa a chamar atenção do poder público para a situação financeira da instituição, considerada grave.
A Famurs, que vem fazendo campanha para que a Secretaria Estadual da Saúde regularize os repasses, reivindica metade dos depósitos judiciais para a área. Caso a Assembleia aprove projeto para aumentar os saques dos valores retidos para processos judiciais em 95%, até R$ 500 milhões podem ser destinados para a saúde, sugere a entidade.