Hospitais filantrópicos do RS projetam mais restrições em atendimentos médicos em 2016
Atrasos em repasses e defasagem da tabela SUS são apontados como razões para cenário pessimista
Santas casas e hospitais filantrópicos do Rio Grande do Sul já trabalham com um cenário pior para 2016 – na comparação a 2015 – em termos de queda nos atendimentos médicos. A razão é a crise financeira, considerada a mais aguda dos últimos anos. Conforme a Federação das Santas Casas Santa Casa e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Estado, o ano passado encerrou com uma queda de 4,2 milhões no número de procedimentos. O dado representa redução de 14% nos atendimentos.
Em ato realizado na manhã desta quinta-feira (14) no teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa, representantes de hospitais filantrópicos confirmaram a possibilidade de mais restrições este ano.
“Estamos com uma perspectiva de menos atendimentos ambulatoriais e eletivos, uma redução na disponibilidade desses serviços. O próprio Estado, na repactuação dos contratos, tem colocado a dificuldade na manutenção de serviços”, diz o presidente da Federação das Santas Casas, Francisco Ferrer.
Os hospitais filantrópicos e santas casas cobram a regularização dos repasses por parte do governo do Estado, e a correção da tabela SUS por parte do governo federal. Segundo a federação dos hospitais, a remuneração pelos procedimentos está congelada há 12 anos. Já os repasses por parte do Estado estão atrasados há três meses, somando cerca de R$ 100 milhões. O déficit total das instituições soma R$ 1,4 bi.
O ato realizado hoje na Assembleia Legislativa contou ainda com deputados membros da Frente Parlamentar em Defesa das Santas Casas e Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde (Feessers). Ao final do encontro, as entidades formalizaram uma carta conjunta, para pressionar Estado e União na garantia de mais recursos.