Estudo sugere que Alzheimer pode ser detectado em exame de sangue
O estudo reuniu pesquisadores da Suécia, Estados Unidos, Colômbia e Alemanha, sendo liderado pelo Universidade de Lund, na Suécia
A ciência parece estar cada vez mais perto de conseguir detectar o Alzheimer com mais facilidade. Isso porque um estudo publicado na Revista Científica Journal of Experimental Medicine apresentou o que pode vir a ser o primeiro exame de sangue capaz de diagnosticar a doença. O resultado também foi apresentado na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer, em Chicago, nos Estados Unidos.
O estudo reuniu pesquisadores da Suécia, Estados Unidos, Colômbia e Alemanha, sendo liderado pelo Universidade de Lund, na Suécia. Os cientistas queriam descobrir, num primeiro momento, se o índice de uma proteína chamada fosfo-tau217 seria capaz de diferenciar o Alzheimer de outras doenças neurodegenerativas. Segundo os especialistas, os níveis dessa proteína aumentam em média sete vezes em casos de Alzheimer.
Além disso, em pessoas com o gene que causa a doença, a taxa dessa proteína começa a aumentar 20 anos antes do início dos sintomas. O estudo observacional contou com 1.402 pacientes, que foram divididos em três grupos e concluiu que é possível usar um teste para analisar esse biomarcador como uma maneira eficiente de diagnosticar a demência.
Os estudiosos celebram o bom resultado, mas ponderam que ainda são necessárias mais pesquisas, com populações diversas, e em estudos com participantes selecionados de forma sorteada, sem influência externa possível nos resultados.
Mal de Alzheimer e prevenção
A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o Alzheimer como a forma mais comum de demência, representando entre 60 e 70% dos casos de deterioração da memória. Atualmente, a doença é diagnosticada por exclusão e relatos de familiares, sendo que o mapeamento de cérebro é realizado com segurança após a morte.
Um estudo do periódico Neurology revelou que o ômega 3 pode ajudar a reduzir o mal de Alzheimer. As placas e emaranhados amiloides no cérebro são conhecidos por aumentar o risco de deterioração mental, e os níveis da proteína no sangue podem refletir os níveis desses depósitos no cérebro.
Os ácidos graxos do ômega 3 ajudam a preservar a função cerebral e o estudo descobriu que níveis mais elevados de seu consumo estavam associados a níveis significativamente menores de beta-amiloide no sangue.
Em entrevista ao portal G1, o neurologista Andre Palmini explicou que é possível reduzir os riscos e danos da doença conforme ela vai avançando, por meio de hábitos saudáveis.
O neurologista frisou que uma alimentação rica em folhas verdes pode retardar em quase dez anos a perda de memória. A atividade física também aumenta a formação de um tipo de proteína que ajuda a fazer as conexões entre um neurônio e outro, melhorando a capacidade da memória.
Ainda em informações ao portal, o médico cita que “alguém que leu muito ao longo da vida, teve muitos amigos, teve uma vida ativa também na idade avançada, comeu bastante folhas verdes, não tem diabetes, depressão, tem grandes chances de ter uma memória boa e risco mais baixo de ter Alzheimer”. Caso a doença apareça, irá demorar mais para evoluir.