Dia Mundial da Alimentação: reflexão sobre alimentação saudável e sustentabilidade
Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia conta com ações o ano inteiro para auxiliar agricultores e enaltecer alimentos adequados à saúde
Hoje, 16 de outubro, comemora-se o Dia Mundial da Alimentação. Com isso, o Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA) ressalta ações que estimulem a consolidação de uma sociedade cada vez mais consciente com o consudo de alimentos saudáveis.
O CAPA manteve-se desde a criação como um expoente da soberania nutricional de famílias da região. No núcleo de Santa Cruz do Sul, o CAPA atua em várias cidades dos Vales do Rio Pardo, Taquari e Jacuí com o intuito de orientar agricultores em diversas temáticas a respeito da agroecologia. Aqui na cidade, o Centro também acompanha o grupo de agricultores da Cooperativa Ecovale.
Com esses objetivos, o plano trienal da organização (de 2016 a 2018) tem o tema “Comida Boa na Mesa”.
A campanha propõe uma reflexão sobre o acesso à alimentação saudável a todas as pessoas, com dignidade para quem produz e para quem consome. Segundo a nutricionista Melissa Lenz, coordenadora do CAPA em Santa Cruz do Sul, a ação é um manifesto de incidência pública e política. “Comida boa sugere a justiça social e cultivo sustentável que preserva a biodiversidade. Comida boa na mesa lembra gratidão e inclusão, sugere momentos de encontro e de alimento acessível para todas as pessoas”, esclarece a nutricionista.
Além dos fatores sociais e nutricionais, a campanha alerta para a degradação de ecossistemas em decorrência do uso de agrotóxicos, adubos de alta solubilidade e sementes transgênicas utilizados na agricultura industrial. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), 75% das variedades agrícolas desapareceram ao longo do último século.
Para o engenheiro agrônomo do CAPA, Luiz Rogério Boemeke, tais números são preocupantes. “Se o estoque de plantas espontâneas ou nativas continuar sendo negligenciado pelos sistemas agrícolas, persistiremos na perda de biodiversidade pelo uso massivo de agrotóxicos e sementes transgênicas, mantendo o Brasil como campeão mundial de uso de venenos”, alerta.
