Anvisa alerta para presença de superbactéria no Brasil
Até o momento, o Brasil teve a confirmação de três pacientes com contaminação pela bactéria Escherichia coli
Publicado 04/10/2016
Tempo de leitura estimado: 00:00
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve divulgar, nesta semana, um alerta sobre a confirmação da presença, no Brasil, de bactérias portadoras do gene mcr-1. Essa mutação é capaz de deixar as bactérias imunes à Colistina, uma classe de antibióticos considerada como a última arma para combater bactérias multirresistentes.
Até o momento, o Brasil teve a confirmação de três pacientes com contaminação pela bactéria Escherichia coli, portadora da mutação. Dois casos foram em São Paulo e um no Rio Grande do Norte. Há, ainda, outros três casos sendo analisados no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
No Rio Grande do Sul, ainda não há registros de contaminação. A representante da Comissão Municipal de Controle de Infecções Hospitalares da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Taís Fernanda da Silva Anelo, explica que campanhas de higienização de mãos e de ambientes são constantemente promovidas nos hospitais. “Desde 2013, a secretaria trabalha com o plano de contingência dos mecanismos de resistência em enterobactérias nas infecções. Controlamos a taxa de adesão de higiene de mãos para evitar a transmissão cruzada desses micro-organismos e também recebemos notificações a respeito de um método de validação para as limpezas terminais dos hospitais”, relata.
Outro aspecto que é controlado é o uso indiscriminado de antibióticos. Ela explica que os hospitais obrigatoriamente devem desenvolver um programa de uso racional de antimicrobianos. “Os infectologistas devem avaliar cada antibiótico prescrito, uma vez que o uso indiscriminado desses medicamentos também leva à resistência”, esclarece Taís.
Uma vez que a Colistina é uma das últimas opções terapêuticas para combater bactérias multirresistentes, a presença dessa mutação é preocupante. Segundo a profissional, as bactérias multirresistentes surgem devido a múltiplos fatores – por transmissão cruzada, ou seja, contato direto do profissional de saúde, e também pelo contato indireto, por meio de objetos e equipamentos.
Procurada pela reportagem, a Secretaria Estadual da Saúde preferiu não se manifestar antes de receber o comunicado oficial da Anvisa.