Alerta sobre agravamento da dengue é emitido pelo RS
O Governo do Rio Grande do Sul, através da Secretaria Estadual da Saúde (SES), emitiu um alerta epidemiológico sobre o agravamento da dengue no Rio Grande do Sul. O motivo é o aumento de casos da doença que até agora conta com 2.252 pessoas com diagnóstico confirmado e outras 8 mil com suspeitas.
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As regiões mais preocupantes são as regiões de Porto Alegre, Frederico Westphalen e Lajeado. Ao todo, 193 municípios gaúchos notificaram casos de dengue. Uma morte foi confirmada em Chapada, no norte do Estado, e outras seis estão em investigação.
Alerta sobre agravamento da dengue
Na partir da próxima segunda-feira (28), após o alerta sobre agravamento da dengue, o centro estadual de vigilância em saúde vai orientar os municípios sobre medidas a serem tomadas, como mutirões para eliminar o mosquito Aedes aegypti. O alerta epidemiológico recém-lançado já traz orientações a profissionais de saúde sobre como lidar com casos suspeitos.
Em relação a outras doenças transmitidas pelo inseto, a SES comunicou que foram confirmados 11 casos de chikungunya (10 autóctones), principalmente no município de Água Santa, próximo a Passo Fundo. Houve ainda notificação de um caso importado de zika. Não houve registro de paciente com febre amarela, mas há casos observados entre primatas – indício de circulação do vírus, o que sinaliza a necessidade de vacinação, segundo a secretaria.
Dengue
Doença febril aguda, que pode apresentar um amplo espectro clínico: enquanto a maioria dos pacientes se recupera após evolução clínica leve e autolimitada, uma pequena parte progride para doença grave. É a doença viral transmitida por mosquito que se espalha mais rapidamente no mundo, sendo a mais importante arbovirose que afeta o ser humano, constituindo-se em sério problema de saúde pública no mundo.
Ocorre e dissemina-se especialmente nos países tropicais e subtropicais, onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti e Aedes albopictus.
Nos últimos 50 anos, a incidência aumentou 30 vezes com aumento da expansão geográfica para novos países e na presente década, para pequenas cidades e áreas rurais. É estimado que 50 milhões de infecção por dengue ocorram anualmente e que aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas vivem em países onde o dengue é endêmico.
Há referências de epidemias desde o século XIX no Brasil. No século passado, há relatos em 1916, em São Paulo, e em 1923, em Niterói, no Rio de Janeiro, sem diagnóstico laboratorial. A primeira epidemia, documentada clínica e laboratorialmente, ocorreu em 1981-1982, em Boa Vista-RR, causada pelos sorotipos 1 e 4. Em 1986, ocorreram epidemias, atingindo o Rio de Janeiro e algumas capitais da região Nordeste. Desde então, a dengue vem ocorrendo no Brasil de forma continuada, intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas com a introdução de novos sorotipos em áreas anteriormente indenes ou alteração do sorotipo predominante.
No período entre 2002 a 2011, a dengue se consolidou como um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil. Nele, a epidemiologia da doença apresentou alterações importantes, destacando-se o maior número de casos e hospitalizações, com epidemias de grande magnitude, o agravamento do processo de interiorização da transmissão, com registro de casos em municípios de diferentes portes populacionais e a ocorrência de casos graves acometendo pessoas em idades extremas (crianças e idosos).
O processo de interiorização da transmissão já observado desde a segunda metade da década de 1990 mantém-se no período de 2002 a 2011. Aproximadamente 90% das epidemias ocorreram em municípios com até 500.000 mil habitantes, sendo que quase 50% delas em municípios com população menor que 100.000 habitantes.
A dinâmica de circulação viral dessa década foi caracterizada pela circulação simultânea e com alternância no predomínio dos sorotipos virais DENV1, DENV2 e DENV3. No segundo semestre de 2010, ocorreu a introdução do DENV4 a partir da região norte, seguida por uma rápida dispersão para diversas unidades da federação ao longo do primeiro semestre de 2011. A circulação simultânea dos diversos sorotipos vem determinando o cenário de hiperendemicidade da doença, responsável pelos altos níveis de transmissão atuais.
Com informações de GZH