RS deve ter parte dos serviços públicos suspensos nesta terça
Escolas estaduais devem ficar fechadas e Polícia Civil só vai atender ocorrências contra a vida
Em protesto contra o ajuste fiscal e o parcelamento de salários de servidores, parte do funcionalismo estadual paralisa as atividades nesta terça-feira. Como um grande número de professores não deve trabalhar para participar de mobilização, os alunos ficarão sem aula. A Polícia Civil também deve aderir ao ato unificado, atendendo a partir da primeira hora desta terça-feira somente ocorrências graves contra a vida. Os serviços penitenciários serão afetados, incluindo audiências, transferências de presos, atendimento de advogados, além de trabalhos administrativos.
O Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm) reúne filiados às 12h em frente ao Palácio da Polícia. Somente os crimes contra a vida serão investigados. O presidente Isaac Ortiz ressaltou que muitos servidores devem vir do interior para participar do ato na Capital e depois fazer manifestação no Largo Glênio Peres e no Palácio Piratini. “A revolta é muito grande com o governo do Estado e com os parlamentares”, disse.
A atuação da Brigada Militar ainda não está definida. O presidente da Abamf, Leonel Lucas, explicou que apesar do descontentamento da categoria, o encaminhamento de protestos e paralisações só deve ser decidido após a votação a ser realizada às 13h na Praça Brigadeiro Sampaio. Depois, os milhares de policiais militares previstos para participar devem se encontrar com o restante do funcionalismo às 14h. Os trabalhadores se opõem à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que muda regras da licença-prêmio, além de outros projetos do governo.
Os delegados não devem integrar a mobilização, segundo o vice-presidente administrativo Associação dos Delegados de Polícia do RS (Adpergs), Fábio Motta Lopes. “Não há previsão de paralisação, mas somos solidários pois é um movimento legítimo.” Contudo, dependendo da adesão dos agentes, o serviço dos delegados pode ser afetado indiretamente, incluindo as operações. A divulgação das ações à imprensa fica mantida, assegurou o delegado. “Essa foi uma decisão até a integralização dos vencimentos”, destacou.
Caso ocorra prejuízo no policiamento ostensivo ao longo do dia, os bancários podem parar de trabalhar. “Os bancos são os alvos prediletos do bandidos”, afirmou o presidente do SindBancários, Everton Gimenes. Ele disse que a entidade pode tentar uma liminar na Justiça para interromper os serviços e garantir a segurança de funcionários e clientes. “Estaremos na assembleia do servidores em apoio”, afirmou.