MST promete ficar por tempo indeterminado em São Lourenço do Sul
Brigada Militar da região está de prontidão
Cerca de 700 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupam, desde as 5h30min desta segunda-feira (19), a fazenda Sol Agrícola, na localidade de Prado Novo, no 5º distrito em São Lourenço do Sul. As famílias, oriundas de acampamentos em Eldorado do Sul, Tapes, Pelotas e Candiota, pressionam pela desapropriação da área de 750 hectares. A Brigada Militar (BM) já deixou de prontidão equipes em São Lourenço, Cristal, Turuçu e Camaquã, mas até o início da noite apenas monitorava a movimentação. Uma barreira foi montada a aproximadamente quatro quilômetros da porteira, para evitar entrada e saída de famílias. O clima era tranquilo.
A expectativa é de que nesta terça representantes do proprietário devem chegar à cidade para encaminhar o pedido de reintegração de posse à Justiça. Informações extraoficiais apontam que o produtor chinês, dono das terras, não teria mais escritório em Porto Alegre. Os porta-vozes à negociação devem se deslocar de Salvador, na Bahia, onde o oriental também teria propriedade.
“Pelo que sabemos, ele quer se desfazer do local e está há pelo menos dois anos sem plantar nada. É uma terra improdutiva”, defende o líder Adelar Pretto, da coordenação estadual do MST. À tarde, com as chuvas, as 450 famílias abrigavam-se entre barracos montados pela manhã e um dos galpões. Contatos com a superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na capital, visam à desapropriação do imóvel, que chegou a absorver mão de obra chinesa e brasileira na produção de soja. Uma reunião deve ocorrer na manhã desta terça.