Moradores de Tapes tiveram papel importante nas investigações de quadrilha
Um dossiê chegou a ser montado por moradores e representantes da prefeitura
Uma organização criminosa do município de Tapes, região Sul do Estado, foi desarticulada pelo Ministério Público na operação Costa Doce. As investigações tiveram como ponto de partida a prisão do comissário da Polícia Civil Nilson Aneli, que também era responsável pela proteção pessoal do ex-secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Airton Michels. Ele foi detido em janeiro deste ano.
Promotor revela detalhes da Operação Costa Doce durante entrevista coletiva:
Conforme o MP, moradores e representantes da prefeitura de Tapes fizeram um dossiê, no ano passado, para ser entregue ao então Secretário de Segurança, mas quando as pessoas chegaram ao local e encontraram Aneli voltaram atrás. O documento falando sobre a atuação da quadrilha na cidade foi entregue ao Ministério Público. De acordo com o promotor Ricardo Herbstritch, a posição de Nilson Aneli garantia a impunidade dos criminosos. “Prendemos uma série de integrantes. Toda essa organização surge a partir do momento em que cessa o poder do comissário Aneli junto à secretaria, junto à própria Polícia Civil, as pessoas então tiveram oportunidade de procurar o Ministério Público para nos dar notícia de uma série de crimes que aconteciam na região de Tapes. A ação do comissário é basicamente a influência que ele tinha sobre algumas pessoas, que fazia com que toda a comunidade de Tapes tivesse medo de prestar informações”, relatou o promotor.
Na operação 13 pessoas foram presas e duas estão foragidas. Entre os detidos está um policial militar que trabalha em Tapes e um dos principais traficantes de Novo Hamburgo. Também foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, que recolheram carros e aparelhos eletroeletrônicos. A quadrilha é responsável por roubos a banco, tráfico de drogas, furto qualificado, sequestro, cárcere privado, roubo de veículos e corrupção passiva. A ação foi deflagrada nesta quinta-feira (08) nos municípios de Tapes, Camaquã, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Canoas e Jaguarão e contou com a participação de 100 policiais militares e agentes do MP.
