ClicTV: Universitários enfrentam problemas com passe livre estudantil em Camaquã
Benefício é fornecido pela Metroplan, órgão que gerencia o transporte intermunicipal no RS. Secretaria Municipal de Educação, responsável por repassar valores, alega problemas na comunicação com órgão do Estado
Mudar de cidade para estudar custa caro. A alternativa mais barata é viajar, mas ainda pesa no bolso de dezenas de universitários camaquenses. Com o reajuste da passagem em 2018, o orçamento dos estudantes ficou mais apertado.
Marcelo Neves tem 22 anos e estuda engenharia civil. Ele está desempregado, mas encontrou uma alternativa para pagar suas passagens: vender doces e sucos no comércio. “Viajo quatro vezes na semana e gasto R$ 450 por mês. Até ano passado eu conseguia pagar todas as despesas, mas esse ano está apertado”, conta.
Iury Rodrigues, de 20 anos, é estudante de jornalismo. Ele gasta cerca de R$ 500 mensais e recebe auxílio do pai e dos avós. “Estou desempregado, então preciso de ajuda para não correr o risco de trancar a faculdade. Fica bem apertado no fim do mês.”, relata o jovem.
Uma das formas de amenizar os custos é tentar o passe livre. O benefício é oferecido desde 2014 pela Metroplan – órgão do Governo do Estado que gerencia o transporte intermunicipal. Porém, o auxílio ainda gera muitas dúvidas aos estudantes. “Tem gente que nem sabe que isso existe em Camaquã. Eu fiquei sabendo por conversas dentro do ônibus”, completa Iury.
Para que o estudante esteja apto a receber o benefício, deve estar dentro os critérios estabelecidos pela Metroplan. Entre eles, estão: morar em um município e estudar em outro, comprovar renda per capta de 1,5 salário mínimo e comprovar frequência na instituição de ensino.
A entidade calcula os repasses individuais através do número de dias viajados e distância percorrida. O órgão afirma que os valores são subsídios e cobrem apenas 25% das despesas. A Metroplan afirma que o transporte no interior do Estado é mais caro devido ao serviço de fretamento.
Assista a reportagem:
A Secretaria Municipal de Educação é responsável pelos repasses enviados a Camaquã. O setor de Assessoria de Transportes recebe a documentação dos estudantes e encaminha à Metroplan. Segundo a atendente Claudiane Soares Assis, a maior dificuldade enfrentada pela pasta é a comunicação com o órgão. “Mandamos e-mails para sanar nossas dúvidas e de estudantes, mas a Metroplan não nos responde. Além de nos avisarem de última hora sobre datas e prazos”, completa a funcionária.
Ainda conforme Claudiane, os valores enviados aos municípios são estipulados pela Metroplan. “Camaquã recebeu R$ 29.829,52 em 2017. São 67 estudantes cadastrados no município. O maior valor repassado foi R$ 120 e o menor R$ 15. Ainda não foram abertas informações para cadastro deste ano.”, explica.
A Secretaria de Educação afirma que muitos alunos ficaram sem passe livre neste semestre. “Muitos alunos que não conseguiram o benefício no cadastro, obtiveram no recadastro. Ainda estamos esperando uma resposta da Metroplan sobre esta situação.”, finaliza Claudiane.