“A gente está com contrato vigente, decisão do prefeito mas o porque o secretário quer tira os idosos não sabemos”, destaca assessora de casa de repouso
Em entrevista, gestora afirma que idosos não passam por quadro de desnutrição, como alega a secretaria municipal
Nesta quarta-feira (19), a Clic Rádio, recebeu Vitória Souza, diretora da casa de repouso envolvida na transferência de idosos para Sentinela do Sul. A gestora detalhou o fato e afirma haver uma falta de informações por parte do Executivo municipal.
Acompanhada da assessora jurídica Ianca Minuto, a gestora destaca que pela terceira vez consecutiva a prefeitura visitou o local para realizar a retirada dos idosos sob alegação de que haviam pacientes em situação de desnutrição.
A proprietária da casa alega que a situação não procede e, apresentou no programa os laudos com a evolução dos pacientes, com quadro estável.
A casa de repouso abrigava 16 idosos, sendo que na última terça-feira ocorreu a retirada de 09 acolhidos para uma instituição em Sentinela do Sul.
Questionadas sobre a existência de uma filial da instituição:
“Temos uma filial na Rua Bagé, inclusive lá está em reforma. A ala feminina está quase pronta”, afirma a diretora.
Sobre as confusões relacionadas ao endereço na Rua General Zeca Netto:
“Não há ligação com este. Pegaram os dados do endereço da General Zeca Netto e colocaram como se fosse onde os idosos curatelados da Prefeitura estavam. Só que não procede”, detalha Vitória.
Conforme Ianca, a empresa localizada no centro de Camaquã pertence a família de Vitória Souza:
“A empresa localizada na rua General Zeca Netto é de familiar da Vitória, só que o CNPJ é diferente, a razão social é completamente diferente. Então o que acontece quando a fiscalização vai lá, eles pedem um representante e acontece de a Vitória ir lá, porque o irmão dela trabalha em outro local e ela atende o pessoal. Juridicamente falando não tem nada a ver”, explica a Ianca.
Vitória enfatiza que a instituição obedece a todas as normativas e adequações apontadas pelo Ministério Público nas vistorias.
Sobre as alegações da prefeitura em relação ao quadro de desnutrição dos acolhidos e falta de alimentos:
“Os idosos acolhidos pela prefeitura estavam sob a tutela de uma associação. Esta não tinha alguns profissionais e nutricionista. Eles não tinham um cardápio. A gente tem um cardápio flexível na alimentação. Mas ele tem alguns alimentos que são fixos, que são por exemplo a carne branca. A gente tem fotos. Alguns internos tem patologias que levamos em consideração”, destaca a assessora.
Ianca enfatiza que os idosos quando chegaram na instituição estavam em quadro crítico de desnutrição, afirmando que possivelmente o Executivo municipal não possuí conhecimento do ocorrido:
“Estamos apavorados, vamos em rádio, dizem que queremos fazer merchan. A gente quer justiça, porque esse era o estado dos idosos. A prova de que estamos trabalhando corretamente é eles não quererem ir embora. Qualquer promotor, prefeito, vereador, a gente chama para que vá no lar. Eles não querem ir embora”, afirma Ianca.
A assessora afirma que há uma quebra de informações transmitidas pelo secretário Diego Garcia para o prefeito Ivo de Lima Ferreira sobre a Instituição.
Ao final da entrevista, as convidadas alegam que está ocorrendo uma falta de transparência nos valores envolvidos sob a tutela da Curadora Estela Maris, responsável por administrar as finanças dos idosos:
“A curadora fica com o benefício dos idosos então não sei de que forma irão pagar o outro lugar. A gente não tem conhecimento, um vereador pediu informação sobre prestação de contas. O que a gente sabe é que ela detém o dinheiro. A gente está com contrato vigente, decisão do prefeito sobre o contrato estar vigente, mas o porque o secretário quis tirar os idosos a gente não sabe”, explica a especialista.
Confira a entrevista na íntegra.
