Rappers de Camaquã arrecadam agasalhos para população carente
Rappers realizam ação solidária para arrecadar agasalhos para famílias em vulnerabilidade social dos bairros mais carentes de Camaquã
Rappers, trappers e artistas de vários gêneros ligados à cultura hip hop estão preparando uma ação solidária no Centro de Camaquã. Neste sábado, 4 de junho, jovens de diversos bairros se reunirão para mais uma “Batalha da ZN”, que acontece há alguns meses na Praça Zeca Netto e desta vez, terá um novo propósito.
No encontro deste final de semana, os jovens buscam arrecadar roupas, cobertores, agasalhos e doações para famílias carentes dos bairros de maior vulnerabilidade social.
A batalha desta semana acontece no sábado (4), a partir das 18:30, e é aberta ao público.
Os jovens estarão reunidos no anfiteatro da Praça Zeca Netto e vão arrecadar roupas ao longo da noite.
As roupas precisam estar limpas e aptas para uso.
Rappers na Batalha da ZN
No começo deste ano, a Praça Zeca Netto se tornou o palco de um evento que dá visibilidade para ritmos que têm ganhado força nos bairros de Camaquã.
As batalhas envolvem jovens e artistas dos ritmos Rap, Trap, Hip Hop e Funk, além de suas vertentes.
A “Batalha da ZN” reune dezenas de jovens, sendo em sua grande maioria, moradores de bairros com alto índice de vulnerabilidade social. De acordo com Menor da OV, um dos organizadores, o objetivo é promover a cena do hip hop e da cultura de rua em Camaquã.
Um grupo se reúne em volta de duas pessoas para vê-las duelar, enquanto um DJ toca uma batida. A arma escolhida pelos adversários são as palavras.
A batalha requer rapidez de raciocínio falando na frente de uma galera, enfrentar o olhar atento do adversário, e tudo isso sobre temas definidos na hora, sem que você tenha muito tempo pra pensar.
Para ganhar essa batalha, é preciso ter pensamento rápido, agilidade nas palavras e a capacidade de convencer o público e os jurados de que você é o melhor. Essas são algumas das características das batalhas de rimas.
Essas batalhas surgiram junto com a cultura hip hop, nas ruas do Bronx (bairro estadunidense), em que um rapper atacava outro por meio de músicas, as chamadas diss, ou por meio das rinhas de freestyle (estilo livre).
No Brasil não foi diferente, com a popularização do gênero no final dos anos 1980, vieram as batalhas de rimas. Porém, elas só se tornaram mais organizadas e tiveram regularidade em 2003, com a criação da Batalha do Real no Rio de Janeiro.
Batalha de conhecimento x batalha de sangue
A batalha de conhecimento tem como principal objetivo desenvolver rimas dentro de um tema pré-estabelecido pela organização ou pela plateia. Já a batalha de sangue não tem tema e o principal objetivo é atacar verbalmente o adversário e responder o ataque através do freestyle.
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Dentro da batalha de sangue há mais duas modalidades: tradicional e bate-volta. Na batalha tradicional, o MC (sigla para Mestre de Cerimônia) tem cerca de 30 a 45 segundos para atacar o oponente, depois o oponente tem a mesma quantidade de tempo para responder. No segundo bloco, os papéis se invertem. Caso haja outra rodada, ela será a última e a que decidirá o ganhador.