Sérgio Moro pede demissão após troca na PF, diz jornal
Presidente informou ao ex-juiz da Lava Jato que mudança no comando da PF deve ocorrer nos próximos dias
O ex-juiz federal Sergio Moro pediu demissão do cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública, nesta quinta-feira (23). As informações são da Folha de São Paulo.
Segundo o jornal, a decisão de Moro foi tomada depois que o presidente Jair Bolsonaro teria comunicado a ele a decisão de substituir o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Bolsonaro teria afirmado que a troca aconteceria “nos próximos dias”, fato que levou Moro a pedir demissão.
A saída do ex-juiz do ministério, no entanto, ainda tenta ser revertida pelo próprio Bolsonaro. Foi Moro quem indicou Valeixo para o cargo. A saída de Valeixo da diretoria-geral, no entanto, é algo analisado pelo presidente da República desde o ano passado.
Troca de comando
Não é a primeira vez que o presidente da República ameaça fazer trocas na PF. Em agosto do ano passado, Bolsonaro anunciou troca do comando da superintendência no Rio de Janeiro.
A corporação teria sido pega de surpresa. Isto porque a escolha de superintendentes, historicamente, é feita pelo diretor-geral da Polícia Federal, sem ingerência de ministros ou do próprio presidente.
Na ocasião, ele teria dito que “é ele quem manda na corporação” e argumentou que as mudanças precisam passar por sua análise para que ele não seja um “presidente banana”.
No fim de janeiro, o presidente voltou a falar no assunto, quando incentivou um movimento que pedia a recriação do Ministério da Segurança Pública. A mudança poderia impactar diretamente a polícia, que poderia ser desligada da pasta da Justiça e ficaria, portanto, sob responsabilidade de outro ministro – que não Sergio moro.
Bolsonaro depois voltou atrás e disse que a chance de uma mudança nesse sentido era zero, ao menos naquele momento.
Quanto à investida desta quinta-feira, 23, o presidente não teria sido informado os motivos para a troca – que seria feita para que o presidente indique um diretor-Geral próximo à família Bolsonaro.