Rio Grande do Sul se torna signatário de iniciativa global para redução de emissões de metano na COP28
No Rio Grande do Sul, estima-se que aproximadamente 50% das emissões de GEE tenham origem nos sistemas de produção agropecuária
O governo do Estado do Rio Grande do Sul assinou neste sábado (2), a adesão a ao grupo de Entes subnacionais comprometidos com a redução de emissões de metano (CH4) na atmosfera. A assinatura foi durante a programação da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP28), que acontece em Dubai.
A formalização da adesão ocorreu durante o encontro “Estados e regiões: impulsionando a ação climática local” e foi feita pelo vice-governador Gabriel Souza e a titular da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann.
O vice-governador em sua fala reforçou que o Rio Grande do Sul tem vivido eventos climáticos extremos que evidenciam o impacto do aquecimento global. Ressaltou os ciclones e os três anos seguidos de estiagem. A assinatura, segundo o vice-governador reforça o compromisso com uma agenda focada na sustentabilidade e na preservação do meio-ambiente.
A titular complementou que o Rio Grande do Sul é pioneiro em estudos sobre o tema. “Considerando que o Estado se situa em posição de vanguarda com relação às pesquisas científicas relacionadas à redução de emissões de metano advindas da cadeia agropecuária, além de se beneficiar da participação na iniciativa, pode oferecer importantes contribuições para metas globais”, destaca a secretária.
Capitaneada pelo governo da Califórnia, consolidada na COP28 e alinhada com os objetivos do Acordo de Paris, a iniciativa global prevê a promoção de ações locais e a busca por recursos para custear projetos de mitigação das emissões nos territórios dos entes signatários.
Cenário no Rio Grande do Sul
Gás de efeito estufa (GEE), o metano é 80 vezes mais impactante que o gás carbônico (CO2) para o aquecimento global. As maiores fontes de emissão em nível mundial são a agricultura (atividades agrícolas e pecuárias), a energia (gás natural, carvão e petróleo, por exemplo) e os resíduos (aterros sanitários e águas residuais).
No Rio Grande do Sul, estima-se que aproximadamente 50% das emissões de GEE tenham origem nos sistemas de produção agropecuária, diferentemente do padrão global, em que o sistema energético é o principal responsável pelas emissões. Devido ao processo de ruminação e digestão dos animais, a produção de metano se mostra especialmente relevante na pecuária bovina, uma das principais atividades econômicas gaúchas.
Comitiva na COP28
Além do vice-governador e da titular da Sema, o Rio Grande do Sul está representado na COP28 por integrantes das secretarias da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). O evento ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes, até 12 de dezembro. Neste ano, o foco dos debates é o enfrentamento aos eventos climáticos extremos.