Lula afirma querer acordo com a UE, mas diz que carta ao Mercosul faz “ameaça a parceiro estratégico”
Líder discursou na cúpula do Novo Pacto de Financiamento Global diante de Emmanuel Macron e lideranças políticas
Nesta sexta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na cúpula do Novo Pacto de Financiamento Global, promovida pelo presidente francês, Emmanuel Macron, em Paris.
Na presença de lideranças globais, Lula voltou a falar sobre a carta enviada pela União Europeia ao Mercosul, que, segundo ele, faz “ameaça a um parceiro estratégico”.
“Eu estou doido para fazer um acordo com a UE, mas não é possível a carta adicional que foi feita. Não permite que faça um acordo”, disse.
“Nós vamos fazer uma resposta. Não é possível que nós temos uma parceria estratégica e haja uma carta adicional fazendo ameaça a um parceiro estratégico”, acrescentou.
Sobre o adendo da UE ao acordo entre os dois blocos, anexando compromissos de sustentabilidade e mudanças climáticas e introduzindo penalidades para as nações que não cumprirem as metas climáticas traçadas no Acordo de Paris de 2015.
“A Carta Adicional que a União Europeia mandou ao Mercosul é inaceitável porque eles colocam punição a qualquer país que não cumprir o Acordo de Paris, quando nem eles cumpriram”, disse o presidente.
No início de junho, quando a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, esteve no Brasil, Lula destacou as preocupações com instrumentos adicionais ao acordo com a União Europeia que aumentam as obrigações do país e impõem sanções em caso de descumprimento.
“Expus à presidente Van Der Leyen as preocupações do Brasil com o instrumento adicional ao acordo apresentado pela União Europeia em março deste ano, que amplia as obrigações do Brasil e as torna objeto de sanções em caso de descumprimento”.
“A premissa que deve existir entre parceiros estratégicos é a da confiança mútua e não de desconfiança e sanções”, acrescentou.
No encontro, Ursula declarou que ambos acreditam que é hora de concluir o acordo, que foi assinado em 2019, mas necessita da ratificação dos países.
Fonte: CNN Brasil
