“Eu não deixei dívida maldita para ninguém”, afirma ex-prefeito Hermes da Rocha após menção sobre ‘herança maldita’
O ex-prefeito de Camaquã rebateu a menção do atual prefeito que “o governante de 95 deixou uma herança maldita para a cidade de Camaquã”; entenda
O ex-prefeito de Camaquã, Hermes da Rocha, participou do programa de sábado (29) do Controle Geral. Na oportunidade, Hermes falou sobre as eleições de 2020 e sobre a sua trajetória na política local, ele foi prefeito de Camaquã de 1993 a 1996.
Hermes destacou que há um quadro novo nas eleições de 2020, que é da pandemia, que restringe mais, principalmente se tratando do contato físico entre os candidatos e os eleitores. Sendo então, um trabalho das redes sociais, para mostrarem as propostas. O importante em uma eleição é a discussão política, são os debates, necessidades do município “eu acredito que isso tudo pode ficar prejudicado, mas vamos ver, como tudo na vida tem que amadurecer”, disse o ex-prefeito.
Ele ressaltou ainda, que a população de um modo geral já conhece os pré-candidatos, o que torna mais fácil para entender as propostas. Já se tratando de pré-candidatos não muito conhecidos, pode ocorrer uma dificuldade em entender os objetivos, as propostas e em as mensagens chegarem aos eleitores.
No dia 1º de agosto o atual prefeito de Camaquã, Ivo de Lima Ferreira, fez uma menção ao Governo em que Hermes foi prefeito no ano de 1993 a 1996. Ivo não citou diretamente o nome do ex-prefeito, mas mencionou que “o governante de 95 deixou uma herança maldita para a cidade de Camaquã”.
Hermes afirmou que ficou muito chateado com a declaração e disse “em respeito as pessoas, eu vou tentar controlar o tom e a maneira de me pronunciar em relação a este fato” e completou dizendo que “talvez o prefeito Ivo não estivesse em Camaquã naquele momento”, conta.
Em relação a enchente, Hermes destacou que “eu acredito que aquela enchente foi a pior de Camaquã e com certeza uma das piores do mundo”. A cidade estava destruída, foram pedidos muitos socorros para levantamentos de dados técnicos, além de auxiliar demais municípios da região que também estavam passando por dificuldades. Na época foi projetado que Camaquã precisaria de 6 anos para se recuperar e 12 milhões. “Eu já disse isso um milhão de vezes, eu não recebi 1 centavo do Governo do Estado do Rio Grande do Sul”, afirmou.
A única quantia que foi recebida para o município, foi de 450 mil reais do Fundo de Calamidade Público do Governo Federal, na época o presidente Fernando Henrique. Segundo o ex-prefeito, foi com esse valor, com as estratégias de gestão da Prefeitura e uma estrutura montada operacional que conseguiram recuperar o município de Camaquã em um ano. “Não endividamos a Prefeitura, a dívida permaneceu praticamente igual que na época era 1 milhão e pouco”, afirma.
Dentre as medidas que eram necessárias a serem realizadas, Hermes destacou que chamou o secretário da Fazendo e propôs para que o dinheiro que era para transferir para o Fundo e gastar na cidade, pois logo iria vir um dinheiro do Estado e as contas serão pagas. “Isso tudo foi feito com consultas no setor jurídico”, conta.
Após isso, foi aberto um processo conta Hermes pois ele não tinha repassado o dinheiro para o Fundo. “Eu ganhei essa ação. Então infelizmente o prefeito, desinformado em relação esse episódio e, me criminalizou”, afirmou. Completou ainda que “eu não deixei com dívida maldita para ninguém, pelo contrário, quando recebi eu também recebi com dívida. O prefeito que me antecedeu também recebeu com dívida”, afirma Hermes.
O ex-prefeito comentou ainda que com orgulho e graças a população de Camaquã e os funcionários da Prefeitura ele recuperou em 1 ano esse dinheiro e deixou Camaquã melhor do que era.
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