Bolsonaro rebate Barroso: “Não adianta me ameaçar por crime de responsabilidade”
Chefe do Executivo disse que presidente do TSE quer a volta da fraude eleitoral
O presidente Jair Bolsonaro rebateu neste sábado o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em discurso na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). A fala ocorreu logo após a participação na motociata em Porto Alegre. “O que ele quer é a volta da roubalheira, a volta da impunidade através da fraude eleitoral. Não adianta me ameaçar por crime de responsabilidade. Ele não tem moral”, afirmou.
A crítica se refere à nota divulgada, nessa sexta-feira, pelo TSE, que rechaça as declarações feitas por Bolsonaro sobre a existência de fraude no processo eleitoral brasileiro. O presidente da República afirmou, na última quinta-feira (8), que “ou fazemos eleições limpas no Brasil, ou não temos eleições”. Nesta sexta-feira (9), voltou a sinalizar, sem provas, a existência de fraude no processo eleitoral brasileiro. “A fraude está no TSE”, disse.
Segundo a nota do TSE, as falas de Bolsonaro são “lamentáveis quanto à forma e ao conteúdo”. O documento diz que violar princípios constitucionais, como a ocorrência das eleições de 2022, “configura crime de responsabilidade”.
O comunicado do TSE relembra que o corregedor-geral eleitoral já oficiou Bolsonaro para que apresente as supostas provas de fraude que teriam ocorrido nas eleições de 2018. “Não houve resposta”, pontuou.
Voto impresso
No discurso da Fierges, Bolsonaro aproveitou para voltar defender o voto impresso e questionar as pesquisas eleitorais que o colocam atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o qual chamou de nove dedos. “Se aquele de nove dedos, tem 60%, segundo a pesquisa Datafolha, nós faremos o voto impresso auditável. Para ver se realmente é a opinião do povo”, afirmou.
“O valor mais alto de uma nação é a liberdade. Não vamos passar por cima da democracia e nem vão poder se opor a nossa liberdade. O meu exército são vocês. Tudo para que a nossa constituição, com todos os seus artigos e incisos, sejam cumpridos”, completou.
Bolsonaro também destacou que o seu governo não mandou fechar nenhum comércio desde o início da pandemia. “A pandemia, se Deus quiser, está chegando ao fim. Eu não fechei uma só casa de comércio. Eu não botei divisórias em supermercados para que vocês não possam comprar certos produtos. Eu não decretei toque de recolher. Nunca decretei um lockdown. Com todo o respeito à liberdade. Devemos enfrentar os problemas e não ficar em casa”, defendeu. “A pandemia mata sim, reconhecemos, agora devemos preservar os mais idosos e os que têm comorbidade. A miséria e a fome também levam a morte”, completou.