Servidores da Polícia Civil e da Susepe paralisam atividades nesta terça
Categorias restringirão atendimentos a serviços essenciais
Durante todo o dia, os servidores da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e da Polícia Civil irão paralisar parcialmente suas atividades nesta terça-feira. O objetivo é chamar a atenção para a situação atual da segurança pública e para os cortes do governo estadual na área. “É um sinal de alerta para mostrar à população o que está acontecendo. Nós precisamos do apoio da população que é a maior vítima junto conosco”, afirmou Isaac Ortiz, presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm).
Entre os motivos para a paralisação estão o receio do não pagamento do reajuste salarial previsto para maio, a necessidade de mais recursos para a polícia e a nomeação de aprovados no último concurso. “Chegamos ao limite da segurança. Estamos vendo crimes que não estávamos acostumados a ver pela inércia do governo. Temos que achar uma solução, não podemos deixar o povo gaúcho à mercê dos bandidos”, aponta Ortiz. A concentração será no Palácio da Polícia, em Porto Alegre.
Caso o reajuste não seja pago no próximo mês, uma paralisação mais extensa já está sendo articulada. “Se não for pago, a polícia vai parar. Não há outra saída. Vamos para dentro da Assembleia Legislativa cobrar iniciativa dos deputados que votaram a favor do reajuste”, ameaça o presidente da Ugeirm.
Os sindicatos dos policiais e dos agentes penitenciários garantiram que os serviços essenciais não serão prejudicados. Apenas as atividades que podem ser realizadas em outros dias serão adiadas, como o cumprimento de mandatos de prisão, depoimentos, registro de perda de documentos, atividades externas como condução de presos para audiências e contatos da Susepe com o Judiciário.
O Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado do RS (Amapergs) informou que os agentes penitenciários também são atingidos pelas mesmos danos sofridos pelos policiais civis, como o corte de horas extras, que tem maiores consequências pelo déficit do efetivo. A orientação para os agentes da Susepe é de dar continuidade aos atendimentos médicos, às prisões, aos alvarás de soltura e no serviço de alimentação.
“Queremos reafirmar nossa posição contrária aos anúncios de possíveis atrasos nos pagamentos e cortes de horas extras, pois a Susepe já tem um déficit muito grande de servidores e isso está dificultando ainda mais nosso trabalho”, explicou o presidente da Amapergs, Flávio Berneira.
Apesar de reivindicar pelas mesmas questões e apoiar o movimento, os integrantes da Brigada Militar não devem parar durante o dia nesta terça-feira. De acordo com o presidente da entidade representativa dos Servidores de Nível Médio da Brigada Militar (Abamf), Leonel Lucas, a categoria irá esperar uma definição por parte do governo estadual.