Promotoria move ação de R$200mil contra jornalista após comentários sobre assalto
Promotor afirma que ao comentar assalto ocorrido em Criciúma, jornalista David Coimbra enalteceu a prática criminosa e desmereceu ação da Polícia
Nesta quarta-feira, 9 de dezembro, a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Porto Alegre anunciou uma ação movida contra a Rádio Gaúcha e o jornalista David Coimbra. A ação foi movida após comentários dos jornalistas David Coimbra e Kelly Matos sobre o assalto a uma agência do Banco do Brasil em Criciúma (SC), durante o programa ‘Timeline’. Assista:
A Ação Civil Pública foi movida alegando danos morais e coletivos. O promotor de Justiça Voltaire de Freitas Michel pediu que ambos sejam condenados ao pagamento de indenização, a ser revertido para o Fundo de Reparação dos Bens Lesados do Rio Grande do Sul ou para entidade pública ou privada do campo da segurança pública, o montante mínimo de R$ 200.000,00.
Para o promotor, ao comentar o assalto a banco ocorrido na madrugada de 1º de dezembro de 2020 em Criciúma, David Coimbra teve a intenção e o propósito de “enaltecer a prática criminosa supostamente sem agressão aos cidadãos, e desmerecer a ação dos policiais militares que intervieram para impedir maiores dados à pessoa e ao patrimônio”.
O ocorrido
Além das empresas, que se manifestaram contra os comentários dos jornalistas David Coimbra e Kelly Matos sobre o assalto a uma agência do Banco do Brasil em Criciúma (SC), durante o programa ‘Timeline’, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também emitiu nota de repúdio.
Conforme o site Coletiva.net, dentre as empresas que deixaram de investir nos veículos do Grupo RBS estão a Bazka Pizzaria, a Clínica Alfamen, o Hospital Ernesto Dornelles, a Sinoscar e a Uniritter. Em comunicado, a instituição de Saúde salientou que um crime sempre é um crime e esta é uma verdade que se precisa respeitar. “Em consideração aos agentes da segurança pública e às pessoas afetadas pela ação criminosa, informamos aos nossos clientes que não daremos continuidade ao patrocínio do referido programa”, escreveu.
A Sinoscar, por sua vez, emitiu uma nota repreendendo o ocorrido. “Não há contexto possível para os comentários desrespeitosos proferidos pelos profissionais, uma vez que se trata do maior assalto já realizado na cidade, que resultou em uma pessoa gravemente ferida e provocou pânico em toda a população”, advertiu.
Em nota de repúdio, a PRF salientou que respeita a liberdade de expressão, assim como considera essencial o trabalho da imprensa. “Entretanto, é lamentável que profissionais que atuem em meios de Comunicação de massa emitam posicionamentos que atentem contra a ordem, incitem a prática de crime e desprezem o valor da vida humana”, apontaram.