Polícia investiga se maconha apreendida em Tapes era transgênica
Em uma ação conjunta das Delegacias de Polícia de Tapes e Camaquã, foi realizada na manhã da última sexta-feira (10/10), uma Operação da Polícia Civil na cidade de Tapes, na intenção de efetuar a prisão de foragidos da Justiça e averiguar denúncia de tráfico de entorpecentes.
A Delegacia de Polícia de Tapes tinha informações referentes ao local onde estaria se escondendo um homem que estava foragido do Presídio Estadual de Camaquã, sendo apontado como autor de furto de veículo e roubo a estabelecimento comercial, crimes praticados após sua fuga. Segundo as informações, este homem estava se escondendo em uns matos, próximo a casa de um traficante.
A Operação contou com 6 Policiais Civis, supervisionados pela delegada Liliane Pasternak Kramm, titular da DP De Tapes. Os Policiais foram divididos em dois grupos, deslocando para o local e realizando buscas em meio aos matos. Durante estas buscas, os policiais civis presenciaram um grupo de homens, que estavam do outro lado de uma sanga, nos fundos de um pátio que acessava ao mato.
Estes homens estavam conversando e falavam sobre a ação da Delegacia de Polícia, que tinham que ficar espertos. Em certo momento um dos homens disse que estava armado e que iria meter bala. Os policiais civis que estavam escondidos no meio do mato, não podiam visualizar muito bem o grupo, pois não queriam denunciar sua posição, mas os policiais de Tapes conseguiram identificar a pessoa de Vítor Paulo Rosa Maciel, conhecido pela alcunha de ‘Dininho’, o qual é apontado como um dos principais traficantes da cidade de Tapes.
Durante este monitoramento, foi possível presenciar o momento em que um dos homens entregou a Dininho, um objeto acondicionado em uma sacola plástica, era um volume quadrado.
Neste momento surgiu o seguinte comentário no grupo “esta é da boa”. Os Policiais Civis, resolveram abordar o grupo, pois tinham certeza que estavam presenciando a entrega de Entorpecentes. Uma equipe com 3 policiais civis permaneceu no meio do mato e monitorava o grupo de homens, enquanto outra equipe teve que retornar para as viaturas e abordar o grupo pela frente, enquanto que a equipe que estava no meio da mata teria a função de impedir a fuga.
Com a aproximação da viatura da Polícia Civil, este grupo foi avisado por um ‘olheiro’ e começaram a se dispersar. Dininho tentou fugir por dentro do mato e no exato momento em que iria atravessar a sanga, foi surpreendido pelos policiais que estavam dentro da mata, sendo dado voz de comando para que levantasse as mãos e deitasse no solo. Dininho estava com a sacola nas mãos e não reagiu a abordagem, obedecendo as ordens que lhe foram dadas.
Do grupo de suspeitos, um dos homens fugiu em direção a rua General Osório, entrando em um gol bolinha de cor branca e vidros escuros, não sendo possível sua abordagem.
Outro homem fugiu por entre a mata, mas correu na direção contrária de Dininho e também não foi detido. Outros dois homens foram detidos pelos policiais civis, sendo que um tentava sair na rua e o outro tentava fugir pela mata. Em poder destes homens nada foi encontrado.
Ao ser averiguado a sacola, foi constatado que haviam dois tijolos prensados de maconha, que após pesados, totalizaram 1Kg, sendo que Dininho admitiu que a droga lhe pertencia.
Diante dos fatos, as partes foram encaminhadas à DP de Tapes e apresentadas à delegada Liliane, a qual determinou que o grupo deveria ser transferido para a cidade de Camaquã e que o Auto de Prisão em Flagrante seria formalizado na DPPA Camaquã.
Questionado, Dininho não quis informar de quem havia recebido a maconha, mas disse que somente trabalhava com produto de qualidade, chegando a dizer que era para os policiais prestarem muita atenção na maconha que haviam apreendido, pois tratava-se de maconha transgênica.
Segundo palavras de Dininho “Sua maconha era tão boa que não era para ser fumada, era para ser comida, bem diferente das porcarias que vendem por ai”.
Dininho foi encaminhado ao Presídio Estadual de Camaquã, onde deverá permanecer até decisão Judicial.
A Polícia Civil encaminhou uma amostra da maconha ao departamento de Perícias para averiguar se realmente a maconha pode ser considerada como transgênica, o que potencializaria seus efeitos alucinógenos.
A delegada Liliane enfatizou que ações desta natureza serão realizadas de forma mais constante na intenção de combater o tráfico de entorpecentes, bem como os demais crimes que são cometidos em razão do tráfico.
