Polícia indicia integrantes de grupo que lesou vítimas com falsos investimentos online e movimentou R$ 700 milhões no noroeste do RS
Indivíduos criaram sites falsos para atrair milhares de pessoas
Neste sábado (29), a Polícia Civil divulgou o indiciamento de integrantes de um grupo criminoso do noroeste gaúcho que lesou milhares de vítimas com falsos investimentos online. Na última sexta-feira (28), o inquérito foi concluído e 11 suspeitos foram responsabilizados por estelionato, crime contra a economia popular e associação criminosa.
Conforme Gzh, Eles foram alvo de uma operação policial no último dia 12 deste mês no Estado, em Santa Catarina e em São Paulo por terem lesado mais de quatro mil vítimas em todo o país.
O grupo movimentou cerca de R$ 700 milhões, principalmente em contas bancárias no Exterior. Apesar do indiciamento, a investigação continua porque o número de vítimas tem aumentado diariamente.
O inquérito foi concluído pelo titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de São Luiz Gonzaga, Heleno dos Santos, que também comandou a ação no início do mês. Segundo ele, dois dos 11 investigados também foram indiciados por falsidade ideológica. Um casal da cidade de Santo Antônio das Missões tentou se passar por vítima e registrou ocorrência na delegacia de polícia da cidade.
Os dois também eram integrantes do esquema e estavam tentando criar um álibi para não serem responsabilizados criminalmente. Para Santos, ficou comprovado que a dupla tentava enganar os investigadores. Um deles é funcionário da prefeitura local. GZH, na época, entrou em contato com o executivo municipal, mas a decisão foi de que não haveria manifestação à imprensa.
Os nomes dos investigados não foram divulgados e todos eles tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça na semana passada. Durante a apuração policial, Santos destaca que foram apreendidos 19 veículos, além de 14 imóveis sequestrados judicialmente. Somente em contas bancárias no Brasil, foram localizados R$ 252 mil e outros R$ 13,9 mil foram recolhidos diretamente com os detidos.
As investigações avançam para apurar lavagem de dinheiro porque há indícios de que parentes e amigos dos investigados auxiliaram a esconder as rendas dos crimes mediante o “empréstimo” dos nomes deles para registro de veículos e contas bancárias. Mas também vamos apurar o delito de coação no curso do processo pelo fato de que parentes de alguns dos investigados presos estão ameaçando vítimas em Santo Antonio das Missões com a intenção de prejudicar o processo — diz Santos.
O delegado ressalta que a apuração também prossegue para identificar mais envolvidos e mais vítimas, até porque os estelionatários criaram 28 grupos de WhatsApp e cada um tem pelo menos dois mil integrantes, todos prováveis vítimas. O objetivo é contabilizar e apreender todo o patrimônio possível dos criminosos para o ressarcimento das pessoas lesadas.
Santos ainda diz que polícias de todo o Brasil estão entrando em contato com ele para pedir informações e a colaboração da Draco de São Luiz Gonzaga. Várias vítimas têm registrado ocorrência em dezenas de cidades do país.
Fonte: Gzh