Polícia deflagra operação contra organização criminosa suspeita de praticar lavagem de dinheiro em restaurantes de Gramado
As autoridades estão apurando uma suposta rede de indivíduos intermediários, ou “laranjas”, que auxiliavam em conferir uma aparência de credibilidade aos negócios

A investigação que deu origem à Operação Komendador, realizada nesta sexta-feira (22) na região da serra gaúcha, teve início após a notável ascensão financeira de um homem que inicialmente distribuía panfletos promocionais de restaurantes no centro de Gramado. Ele rapidamente passou a gerenciar seis estabelecimentos comerciais de prestígio na área, despertando suspeitas sobre a origem de sua súbita prosperidade.
O principal suspeito é genro de Jair Oliveira, popularmente conhecido como Jair Cabeludo, um dos membros fundadores de uma facção com origem no Vale dos Sinos.
📱 Clique para receber notícias de graça pelo WhatsApp.
Para a Polícia Civil, quatro estabelecimentos gastronômicos e um de vestuário, todos situados em Gramado, estariam sob a administração do grupo suspeito. Além disso, a Polícia trabalha com a hipótese de que o esquema seria comandado pela filha de Jair Cabeludo, Camila das Neves de Oliveira, e pelo marido dela, Maiquel Carlos de Brito.
Há indícios de que o suspeito teria investido entre R$ 2 e R$ 5 milhões para alavancar os comércios, além de subitamente adquirir veículos de luxo. Segundo a Polícia, toda essa movimentação de grandes investimentos começou a acontecer depois que o indivíduo passou pelo sistema prisional, onde foi acolhido pela facção em investigação.
Conforme destaca o delegado da 2ª Delegacia de Polícia Regional do Interior (DPRI) Gustavo Celiberto Barcellos “O objetivo é reprimir o branqueamento de capitais (processo utilizado por criminosos para encobrir a origem ilegal dos seus ativos) no ramo gastronômico, pois isso traz prejuízos aos empresários do setor, que atuam com esforço e dedicação para ofertar serviços de excelência. Não podemos tolerar que organização criminosa lance seus tentáculos em atividade econômica tão relevante para o turismo da região, considerada um dos principais destinos turísticos do Brasil.”
Também, sobre as movimentações bancárias suspeitas, o delegado acrescenta que “Foi possível detectar contas de passagem de valores, com entradas e saídas quase simultâneas. Também há uma situação de um funcionário humilde que teria recebido altos valores na conta”.
A justiça autorizou a quebra de sigilos bancários, fiscal e relacionados à Bolsa de Valores, além de indisponibilidade de bens investigados. Até o momento, 11 mandados de busca e apreensão foram expedidos.