Polícia ainda procura por três foragidos envolvidos em ritual
Irmãos foram sacrificados em suposto ritual satânico que seria para atrair prosperidade
Triste, revoltante e um tanto quanto cruel. A morte de duas crianças em um suposto ritual satânico chocou o Rio Grande do Sul. Sete pessoas foram identificadas, quatro estão presas preventivamente e outras três seguem foragidas.
Partes dos corpos de um menino de 10 anos, e uma menina de até 12, foram localizados em setembro do ano passado. Os membros estavam em sacolas plásticas, nas margens de uma rodovia da Lomba Grande, em Novo Hamburgo, região metropolitana de Porto Alegre.
A Polícia Civil ainda não fechou o inquérito, mas aponta que as mortes aconteceram em uma casa, denominada “Templo de Lúcifer”, em Gravataí. O delegado responsável pela investigação, Moacir Fermino, explica como pode ter acontecido esse ritual que resultou nas duas mortes. “Um dos lugares do ritual foi ali na Loma Grande. Outra parte é aparecer as primeiras partes dos corpos. Depois de mais um tempo, cerca de sete dias, aparecem mais outras partes dos corpos nas proximidades. Estas partes precisam formar um quadrado ou um losango”, relata o delegado.
As crianças, conforme exame de DNA, são irmãs. Segundo a perícia, os menores estavam embriagados quando foram decapitados e posteriormente esquartejados. A polícia acredita que as vítimas foram trazidas da Argentina por um dos participantes do ritual. O delegado afirma que o suspeito trocou os irmãos por um caminhão roubado.
“Foi levado um carro para lá, o argentino é de lá, e ele é braço direito do Jair. Ele tem passagem, e conhece toda Argentina. Nós acreditamos, o que não quer dizer que vamos comprovar, que ele e mais outro homem foram quem trouxeram as crianças para cá”, explica Fermino.
O bruxo, Silvio Fernandes Rodrigues, está na Penitenciária do Jacuí, em Charqueadas. Além dele, está preso também Jair da Silva, quem encomendou o ritual e seu filho, Andrei Jorge da Silva, além de Márcio Miranda, um discípulo que participou do crime.
Seguem foragidos o sócio de Jair, Paulo Ademir Norberto da Silva, o outro filho, Anderson da Silva e o argentino Jorge Adrian Alves. Segundo a polícia, os assassinatos foram encomendados por R$ 25 mil, para atrair prosperidade e crescimento nos empreendimentos imobiliários.
O templo está com o portão cadeado. Uma moradora da localidade que não quer se identificar, se diz chocada com tudo que ficou sabendo. “Olha, eu nem sei o que te dizer. É uma coisa tão extraordinária, no sentido que, como é pode na casa acontecer tudo isso, e a gente não saber, é assustador, realmente” relata a moradora.
Outra moradora conhecia o bruxo diz que não acredita que ele pudesse ter feito isso. “Pensei que ele não seria capaz de fazer uma coisa dessas. Eu já participei de um ritual, foram frutas dadas ao mestre, e churrasco, comida, bolo, caviar, essas coisas. Nada de mortes, nem animais mortos tinha”, revela a moradora.
A investigação segue por parte da Polícia Civil que conta com o apoio de policiais da Argentina. Os crânios das crianças ainda não foram encontrados e não há identificação de quem são eles.
