Pai alega que assassinato dos quatro filhos ocorreu por término
Crime ocorreu há pouco mais de duas semanas
Por aproximadamente uma hora, David da Silva Lemos, 28 anos, foi interrogado pela Polícia Civil sobre o assassinato dos quatro filhos. Um garoto e três meninas, foram encontrados mortos dentro da casa dele em Alvorada, há mais de duas semanas.
Conforme a polícia, o pai não chegou a descrever como aconteceram os crimes, mas admitiu que pretendia atingir a ex-companheira, mãe das crianças.
— Ele alega que amava demais a mãe das crianças e que na hora teve um surto — afirma o delegado Edimar Machado, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Alvorada, que participou do interrogatório na última sexta-feira (23).
Ainda segundo o delegado, Lemos afirmou que acreditava que a ex estava se relacionando com outra pessoa. A situação de ele não aceitar o fim do relacionamento teria sido a motivação, no entendimento da polícia, para os crimes contra as crianças.
Quando foi interrogado em 14 de dezembro, logo após ser preso em flagrante, na entrada de um hotel em Porto Alegre, Lemos narrou informalmente como teria se dado a dinâmica do crime. Agora, segundo o delegado, o pai se mostrou arrependido, chorou duas vezes e não conseguiu falar sobre como teria assassinado os filhos.
— A motivação foi vingança mesmo, para atingir a ex-companheira. Ele admite que não aceitava a separação, e que se sentia traído — diz o delegado.
A mãe das crianças, de 26 anos, possui medida protetiva contra o ex, após um episódio de agressão ocorrido em setembro. A determinação judicial, válida por seis meses, no entanto, não se estendia aos filhos.
— Nenhuma das pessoas ouvidas relatou qualquer episódio de violência anterior dele contra os filhos. É um caso bastante complexo — afirma o delegado.
Próxima etapa
A Polícia Civil solicitou a prorrogação de prazo para concluir o inquérito. Segundo o delegado, ainda é preciso finalizar a análise dos aparelhos celulares apreendidos com o suspeito. A polícia também aguarda os laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP), que devem trazer mais elementos sobre o caso.
Através dos exames é possível identificar se algum medicamento ou substância foi usada para dopar as vítimas antes do crime.
A faca que teria sido usada no crime também foi apreendida na casa e encaminhada para análise.
O celular da mãe das crianças, não apresentou nada de relevante. Em depoimento, ela relatou que já havia sido agredida pelo ex, o que motivou o registro policial em setembro.
Quando o crime ocorreu, os filhos passavam o final de semana com o pai; a avó paterna, que localizou os corpos, vive no mesmo terreno, em outra moradia.
Como pedir ajuda?
Todas as pessoas podem informar sobre casos e orientar a mulher a buscar um serviço de atendimento. Conheça algumas formas de pedir ajuda:
Para socorro imediato, o número para ser discado é o 190;
O Disque Denúncia 181, está disponível o Denúncia Digital 181, no site da Secretaria da Segurança Pública;
A Delegacia Online oferece a possibilidade de registro para receber os relatos de violência doméstica. Permite fazer o boletim de ocorrência, com a mesma validade do documento emitido presencialmente, a qualquer horário e por qualquer dispositivo com internet.
A Defensoria Pública presta orientação e a defesa em juízo, das mulheres de baixa renda ou em situação de vulnerabilidade. Orienta vítimas pelo Disque Acolhimento: 0800-644-5556. Também há o Alô Defensoria: (51) 3225-0777;
Fonte: GZH
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