MP/RS recebe denúncia de lista discriminatória que circula por grupos de WhatsApp de Camaquã
OAB/RS realizou denúncia ao MP/RS em razão de listas discriminatória que promove segregação por eventual posição política
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP/RS) já recebeu denúncia relativa a confecção e circulação de lista discriminatória em grupos de WhatsApp de Camaquã. A lista promove segregação em virtude de eventual posição política de empresários, figuras públicas, prestadores de serviço e profissionais de diversas áreas.
O caso foi abordado pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul – na última semana, após surgirem as primeiras listas em alguns municípios do Estado.
Inicialmente, a OAB/RS tomou conhecimento de relatos nas subseções sobre a existência de listas compartilhadas no WhatsApp que sugerem a não contratação de advogados e advogadas por eventual posição política. A entidade oficiou ao Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP/RS) solicitando providências a fim de que o órgão investigue a autoria do material e avalie as eventuais medidas judiciais cabíveis.
Neste sábado, 5 de novembro, o programa Controle Geral, da ClicRádio, recebeu a advogada Roberta Inocente Magalhães, presidente da Subseção de Camaquã da OAB/RS. Ela destacou que tais listas são discriminatórias e que, assim como Seccional Estadual, a unidade de Camaquã seguiu a orientação e oficiou denúncia ao MP/RS.
Conforme apurado pela reportagem do Clic Camaquã, a lista que circula por grupos de WhatsApp foi confeccionada por membros de grupos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e possuem o objetivo de boicotar os estabelecimentos e profissionais que teriam votado em Luis Inácio Lula da Silva (PT).
A “Lista de Petistas”, como foi denominada, foi confeccionada durante o período eleitoral e ganhou mais repercussão após o resultado das eleições, juntamente aos protestos que negam o resultado das eleições Presidenciais, alegando uma suposta fraude.
Assista a entrevista completa e saiba mais sobre o caso:
O presidente da OAB/RS, Leonardo Lamachia, destaca que “a Ordem gaúcha está atenta, vigilante e acompanha com preocupação manifestações que possam conter qualquer caráter discriminatório por opção política ou ideológica”.
Dessa forma, a OAB gaúcha também orientou as subseções que, dentro das suas necessidades identificadas, demandem o Ministério Público local, sem prejuízo das ações que a seccional já está tratando.
A OAB/RS, por meio de sua diretoria, está acompanhando o caso e estuda eventuais medidas judiciais para reparação de danos causados por estas publicações.