Mãe e filhos são libertos após 17 anos vivendo em cárcere privado no RJ
Segundo a Polícia Militar (PM), os três foram encontrados amarrados em sua casa no bairro de Guaratiba
Uma mulher e dois jovens – mantidos em cárcere privado há 17 anos – foram libertados na quinta-feira (28) por policiais em uma casa na zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Militar (PM), os três foram encontrados amarrados em sua casa no bairro de Guaratiba.
Os policiais foram ao local após receber uma denúncia anônima. As vítimas estavam sujas e subnutridas, de acordo com a PM, e foram socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O suspeito de mantê-las presas era o próprio marido e pai das vítimas. Ele foi preso em flagrante e encaminhado à Delegacia de Polícia de Guaratiba (43ª DP). Os nomes dos quatro não foram divulgados.
O portal UOL entrevistou os policiais que participaram a ação.
“Chegamos ao local após uma denúncia anônima e nos deparamos com as crianças amarradas. A nossa compreensão na hora era de que se tratava de crianças. O rapaz estava no colo da mulher. Só tivemos ciência da idade quando a gente viu os registros deles”, disse o capitão, em entrevista
Ainda de acordo com o capitão da PM, os jovens não falavam e a mulher chegou a relatar incômodo com a luz do sol, após ser mantida tanto tempo em cárcere privado.
“As crianças não falavam. Não sei se por conta da situação que foram submetidas, se não se desenvolveram, ou se nasceram com alguma deficiência. A mulher foi quem nos disse que estava naquela situação há 17 anos e os vizinhos confirmaram que ela nunca era vista na rua”.
De acordo com o militar, o homem preso no local informou que era trabalhador e alegou os filhos tinham problemas psicológicos e por isso precisavam ficar amarrados.
O marido e pais das vítimas, que não teve o nome divulgado, foi autuado em flagrante pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos. Procurada, a Polícia Civil informou que a investigação segue em andamento. Ainda não há informação se o suspeito já tinha anotações criminais.
Há 15 anos na Polícia Militar, William disse que nunca viu situação igual. Chamou a atenção do capitão o estado de saúde das vítimas e as condições as quais eram submetidas no interior de uma casa na Rua Leonel Rocha, em Guaratiba.