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Conheça a história da primeira mulher no alto escalão da Brigada Militar

Cristine Rasbold toma posse nesta segunda-feira (18) como chefe do Estado-Maior


Por Redação/Clic Camaquã Publicado 18/11/2019
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Em 13 de abril de 1986, ZH estampava em sua foto de capa uma dezena de policiais militares em marcha e a manchete: “As brigadianas estão chegando”. Hoje, às 16h, uma daquelas 10 mulheres pioneiras a ingressarem na Brigada Militar (BM) é também a primeira a chegar ao alto escalão da corporação. A coronel Cristine Rasbold, 56 anos, tomará posse como chefe do Estado-Maior, setor responsável por todo o planejamento estratégico da BM. Tomam posse também o coronel Rodrigo Mohr Picon, 50 anos, como comandante-geral, e o coronel Vanius Cesar Santarosa, 51 anos, como subcomandante.

À época, a BM do Rio Grande do Sul incorporava mulheres às tropas como uma forma de se modernizar no ano em que completava 150 anos. Mas isso não era o foco da reportagem publicada naquele jornal de 1986, cujo título era “Os novos oficiais da PM: mulheres belas e charmosas”. O texto começa de forma supostamente elogiosa:

“Nos filmes, mulheres que ingressam na vida militar costumam tornar-se personagens de um monte de trapalhadas e confusões. Isso é no cinema. Na vida real as coisas se passam de modo diferente. Tome-se como exemplo a admissão de 10 moças atraentes e charmosas na Academia de Polícia da BM”.

Leia mais: Pela primeira vez, mulher integra o alto escalão da BM 

Hoje, Cristine ri do tom adotado, mas lembra com carinho do apoio da mídia à época. E de iniciativas como a do estilista Rui Spohr, de desenhar os uniformes das mulheres, que facilitaram a aceitação delas pela sociedade. No dia a dia, todavia, o desafio maior era ganhar não apenas apoio, mas respeito:

– Uma vez um senhor parou uma viatura para denunciar um assalto. Abrimos o vidro e ele disse: “Ih, só tem mulher. Deixa para lá”. Deixa, nada. Fomos em três. Era um tempo em que se uma não conseguia prender, a outra atacava na esquina para ajudar. Se a gente não desse certo, poderia morrer ali a iniciativa de ter mulheres na BM.

Até hoje, Cristine se refere às companheiras da época como as “Fem”, em alusão às Companhias Femininas (Cias Fem), que davam apoio no trânsito e eventos e no patrulhamento de locais como escolas, rodoviárias e aeroportos. Somente em meados da década de 1990 elas seriam incorporadas aos batalhões, fazendo as mesmas funções dos oficiais homens.

João Carlos Rangel / Agencia RBS

Cristine foi fotografada pela reportagem de ZH em 1986. Foto: João Carlos Rangel / Agencia RBS

– Foi um espaço que conquistamos com estatísticas. Mostrando que éramos tão eficientes quanto qualquer policial em todo tipo de ação. Tu me perguntaste se tenho alguma mulher como referência. Nós éramos nossas próprias referências – declara a coronel.

À frente do Estado-Maior, Cristine enxerga desafios espinhosos pela frente, como o combate ao feminicídio, um dos poucos crimes que cresceram no último mês no Rio Grande do Sul, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública.

– O principal combate é falar a respeito. Estudar, vislumbrar mudanças de lei. Porque o que está por trás é o pensamento de uma sociedade – detecta.

Outra de suas brigas recentes é simbólica e importante para as demais mulheres da BM, hoje 15% da tropa. Há cerca de um ano, Cristine mobilizou um grupo de colegas para contrariar as normas da BM e pintar as unhas de três diferentes cores – vermelho, rosa e marrom – por uma semana. Queria provar que os homens sequer notariam. Ao final da experiência, peitou comandantes:

– Regras como a de permitir só esmaltes incolores foram escritas por nós, mulheres, em época que precisávamos impor respeito. Hoje, não faz sentido não permitir uma mulher de unha vermelha.

Com a concordância do agora comandante Mohr, unhas seguirão curtas para não infringir riscos em abordagens, mas o esmalte colorido está liberado. E coronel Cristine ainda não está satisfeita.

– Agora vamos nos preocupar com a unha comprida do mindinho dos homens – brinca.

João Carlos Rangel / Agencia RBS

Ela veio do Paraná para trabalhar na BM, na década de 1980. Foto: João Carlos Rangel / Agencia RBS

Fã de filmes de espionagem

A paranaense Cristine Rasbold não sabe precisar de onde tirou a ideia de ser policial. Embora não tenha policiais na família, foi o pai advogado quem a avisou do concurso da Brigada, talvez atento à filha ser fã de filmes de espionagem e de guerra. 

Aos 21 anos, trocou posto de funcionária pública do Ministério do Trabalho pela BM. A farda fez com que Cristine se afastasse da família. Após passagens por terras paranaenses, Rio de Janeiro e Porto Alegre, pais e os dois filhos homens do casal voltaram ao Paraná. Já na Brigada, a filha mais velha Cristine ficou no Estado.

Na trajetória, comandou grupos como o 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM), o mais antigo no Rio Grande do Sul, e o 36º BPM de Farroupilha – “é muito legal a relação com pessoas no Interior”, diz Cristine – e instituições como o Colégio Tiradentes. Também constituiu família: casou-se pela primeira vez com um colega de farda, hoje tenente-coronel da reserva, com quem tem um filho. 

Há 18 anos, conheceu o atual marido, civil, que à época agenciava viagens para a BM e costumava negociar com ela por telefone:

– Pela seriedade e o nome, ele imaginava uma enfermeira alemã. Quando nos conhecemos pessoalmente, eu no manequim 38, ele caiu para trás.


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