Após uso de atestado falso, acusado de matar jovem camaquense é recapturado
Acusado pelo assassinato de Talles Djunior Thurow Peter, de 19 anos, estava em liberdade desde o dia 23 de março, quando utilizou atestado médico falso para deixar presídio
Por Eduardo Pinzon, GaúchaZH
A Polícia Civil recapturou, nesta quarta-feira (29), um homem de 29 anos que utilizou um atestado médico falso em um pedido de liberdade feito com base no risco de infecção pelo coronavírus. Michel Garcia Colpes foi localizado no bairro Cavalhada, zona sul de Porto Alegre. Ele responde por homicídio duplamente qualificado, cometido no ano passado, em Camaquã, no sul do Estado. A vítima foi o jovem Talles Djunior Thurow Peter, de 19 anos.
— A investigação monitorou os passos do suspeito durante mais de um mês. Ele estava em constante mudança de endereço, mas conseguimos localizar o veículo utilizado por ele nesta tarde — comentou o delegado Arthur Raldi, da Delegacia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
A Justiça de Camaquã havia concedido prisão domiciliar ao homem no dia 23 de março. No despacho, o juiz afirma que o preso faz parte do grupo de risco por ter diabetes, o que teria sido comprovado através de um atestado médico. O documento, no entanto, era falso.
A Polícia Civil montou uma força-tarefa para investigar a suspeita de que advogados estariam utilizando atestados falsos em pedidos de soltura. A investigação resultou na prisão do advogado no dia 16 de abril. Ele é suspeito de ter usado um laudo falsificado para obter a revogação da prisão do acusado.
À época, os policiais fizeram buscas em endereços ligados ao advogado, que foi preso em Gravataí, na Região Metropolitana. Na ocasião, a polícia apreendeu cerca de R$ 7 mil em dinheiro, além de três celulares. Segundo o delegado, este permanece preso.
O preso foi levado para a delegacia, e o carro onde ele estava foi apreendido. A polícia aguarda a transferência do homem ao sistema prisional.
Assassinato choca a comunidade camaquense
No mês de fevereiro, um assassinato que chocou a comunidade camaquense, completará um ano, sendo que diversas partes do quebra-cabeça ainda não foram esclarecidas. O jovem, Talles Djunior Thurow Peter, de 19 anos, foi morto à tiros na madrugada do dia 17 de fevereiro de 2019 na, “Faixa Sem Lei”, localizada no trecho entre a BR-116 e a rótula com a avenida Nestor de Moura Jardim, próximo ao bairro Viégas.
De acordo com a Polícia Civil, testemunhas relataram que ouviram um disparo de arma de fogo e viram Talles correndo em direção ao veículo dele perseguido por um homem. A vítima se trancou no veículo e o atirador efetuou seis disparos contra o carro, fugindo logo em seguida. Dois tiros atingiram Talles na região do abdômen.
Ele chegou a ser socorrido pelos amigos que tentaram levá-lo até o Pronto Socorro do Hospital Nossa Senhora Aparecida (HNSA). Talles não restiu aos ferimentos e morreu a caminho do hospital.
Onze dias após o crime, o suspeito de efetuar os disparos que mataram Talles foi preso em Cachoeirinha. Segundo informações, ele estava na posse de um revólver, o que gerou também Auto de Prisão em Flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
No dia 19 de março, o Ministério Público ofereceu denúncia contra o suspeito, Michel Garcia Colpes. Ele foi indiciado por homicídio qualificado, crime que lhe imputou prisão preventiva. Segundo a Delegada Vivian Sander Duarte, titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Camaquã, o acusado segue preso.
O jovem Talles Djunior Thurow Peter foi velado na manhã do dia 18 de fevereiro de 2019. Após velório na Funerária Jardim, amigos e familiares prestaram homenagens ao jovem, realizando cortejo fúnebre até o Cemitério Luterano União, passando pela casa de Talles e o local de sua morte, onde foi feita uma oração.
Desde então, amigos e familiares aguardam por justiça e por esclarecimentos sobre a motivação do crime.