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Pesquisa mostra que crianças deixam de acreditar em Papai Noel por volta dos 8 anos

Estudo da britânica Universidade de Exeter analisou o relato de 4.200 pessoas de diversos países sobre o momento em que descobriram a verdade


Por Redação Clic Camaquã Publicado 24/12/2019 Atualizado 26/01/2022
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RIO — Na véspera de Natal de 2017, quando jantava na casa de seu avô, Bruno Barbirato, então com 7 anos, já estava desconfiando da fisionomia do Papai Noel quando o flagrou indo embora pelo elevador.

No Natal seguinte, os pais do menino lhe disseram que o personagem não existia. Explicaram que não havia como uma pessoa distribuir presentes no mundo inteiro à meia-noite. A princípio, Bruno resistiu à revelação, mas depois achou graça. 

— Me preocupei porque muitas crianças na escola já não acreditavam, e ele poderia sofrer bullying, então preferi que soubesse por mim — explica a psiquiatra Gabriela Dias, de 40 anos, mãe de Bruno. — Também não queria mentir para ele. Quando ele era pequeno, dizia que o Papai Noel que fica no shopping era de mentira porque o verdadeiro estava ocupado fazendo os presentes.

Bruno, então, perdeu a fé no Bom Velhinho aos 8 anos, a idade média com que as crianças deixam de acreditar no personagem, segundo um levantamento da Universidade de Exeter (Reino Unido).

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Batizado de “Santa Survey” (ou “Pesquisa do Papai Noel”), o estudo, que será concluído em fevereiro de 2020, analisou o relato de 4.200 pessoas de diversos países sobre o momento em que descobriram que o morador do Polo Norte e suas renas não passavam de uma lenda.

“A conversa deve ser simples, olhando a criança em seus olhos, sentada com elas, para que se sintam acolhidas. Sinceridade e carinho são a alma do negócio.”

FABIO BARBIRATO

Psiquiatra

Segundo o autor do projeto, Chris Boyle, professor de Psicologia da universidade, 15% dos entrevistados admitiram ter sentido raiva ao descobrir que Papai Noel é só uma fantasia. Três em cada dez participantes da pesquisa disseram que, à época da revelação, passaram a confiar menos nos adultos.

— Com 8 anos, as crianças já se desenvolveram intelectualmente, e os adultos concluem que elas podem ser informadas sobre a verdade — explica Boyle. — Recebi histórias muito interessantes sobre meninos que perceberam que Papai Noel não existia ao ver que sua caligrafia é a mesma de seu pai ou da mãe. Também há meninos que perguntam como um homem gordo pode descer pela chaminé, ou por que um estranho pode entrar na casa. Além disso, os pais não são capazes de dizer por que as crianças ricas recebem presentes melhores do que as pobres.

“Só devemos falar sobre o que a criança está perguntando. Se não questionou ainda, por que dizer alguma coisa para ela?”

LUCIA MARMULSTEIN

Psicóloga

— Recebo pais que fazem um dramalhão porque não sabem como contar aos filhos que Papai Noel não existe — conta Barbirato. — A conversa deve ser simples, olhando a criança em seus olhos, sentada com elas, para que se sintam acolhidas. Nada de olhá-las de cima para baixo. Sinceridade e carinho são a alma do negócio.

A psicóloga clínica infantil Lucia Marmulstein aconselha os pais a incentivarem o raciocínio das crianças que estão desconfiadas sobre a existência do Bom Velhinho.

— Só devemos falar sobre o que a criança está perguntando. Se ela faz uma indagação sobre o Papai Noel, é porque tem capacidade de duvidar e desenvolver uma relação diferente. Se não questionou ainda, por que dizer alguma coisa para ela?

Lucia assinala que, durante o desenvolvimento da criança, o mundo imaginário é gradativamente substituído pela construção de um pensamento sobre a realidade. Por isso, não é necessário abreviar este caminho, revelando os segredos da infância sem dar tempo para que os filhos, aos poucos, perguntem sobre suas crenças.

Novas crenças na pré-adolescência

Especialistas, porém, advertem que fantasia tem limites. É aconselhável conversar com as crianças caso elas cheguem à pré-adolescência — por volta dos 10 anos — ainda acreditando em mitos. Acaba a fase do Papai Noel, da fada do dente ou do bicho papão. Entram outras crenças, como a de que o pai é um super-herói, ou que ele torce para o melhor time do mundo.

— Não existe um marco rígido, uma idade, para deixar de acreditar em Papai Noel. Depende de cada caso. Mas, na pré-adolescência, entram novas relações e componentes sociais — destaca Lucia. — A criança não pode ficar fechada em seu imaginário. Se isso ocorre, devemos perguntar por que ela está tão apegada em uma fantasia.

Há, como lembra Gabriela Dias, o risco de que a criança seja hostilizada por seus colegas se não perceber o momento em que o Papai Noel deve deixar de existir.

 

Boyle, porém, não vê tanto motivo para alerta. Para o pesquisador inglês, a maioria dos jovens mantém segredo após descobrir que o Bom Velhinho é um mito, em nome de “entendimento social coletivo” de que a fantasia deve ser preservada aos meninos mais novos.

Além da conversa na escola, as crianças têm cada vez mais fontes de informações — a internet, principalmente — que podem ajudar a descobrir a verdade sobre o Papai Noel. Por isso, os especialistas acreditam que os jovens estão cada vez mais céticos e, no futuro, abandonarão essa fantasia cada vez mais cedo. Mas isso não é uma sentença de morte.

— Primeiro, porque a mídia precisa da figura do Papai Noel para explorá-la comercialmente. Segundo, porque, mesmo entre aqueles que não mais acreditam nele, trata-se de um personagem positivo, que representa bondade, é o espírito de uma época do ano.


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