Valor da duplicação da BR-116 quase dobra em 10 anos
Enquanto obra não for concluída, contratos em aberto continuarão sendo reajustados anualmente
A duplicação dos 211 quilômetros da BR-116, entre Guaíba e Pelotas, está custando mais para o governo federal. Conforme estipulado, os contratos passaram por novo reajuste no mês de outubro. Dessa forma, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) vai gastar mais R$ 58,13 milhões para poder concluir a obra.
O percentual de aumento entre 2018 e 2019 corresponde a 4,2% do total da duplicação. O principal motivo do reajuste foi a variação do preço do asfalto adquirido na Petrobras.
Os contratos da obra foram assinados em 2009 ao custo de R$ 868,94 milhões. Atualmente, o montante para realizar a duplicação já chega a R$ 1,57 bilhão, um aumento de 80,98% do total previsto.
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De acordo com o Ministério da Infraestrutura, a obra deve receber em breve em torno de R$ 40 milhões por meio de projeto de lei de suplementação do orçamento. Para o próximo ano, há a previsão de mais R$ 100 milhões em emendas parlamentares.
A duplicação entre Guaíba e Pelotas começou em 2012 e está em andamento nos nove lotes contratados. Pelo cronograma inicial, os trabalhos deveriam durar dois anos. Pelo planejamento do Dnit, a obra deverá estar pronta somente no fim de 2021.
Do total previsto, 47 quilômetros de pista duplicada já foram entregues para uso. Outros 30 quilômetros estarão aptos para uso até o fim do ano.
O andamento em Camaquã
A cidade de Camaquã vive os dois extremos da duplicação da BR-116 na Zona Sul do Estado. O Lote 4, que vai do quilômetro 373,22 ao quilômetro 397,20 entre Tapes, Arambaré e Camaquã, possui cerca de 90% da obra executada. Enquanto isso, o Lote 5, que vai do quilômetro 397,22 ao quilômetro 422,30, entre Camaquã e Cristal possui apenas 48,45% da obra executada.
O problema é que a empresa responsável pelo trecho entre Camaquã e Cristal entrou em recuperação judicial e desde então, as obras estão praticamente paradas. Para agravar a situação, dois pavilhões da empresa foram atingidos por incêndio no dia 17 de novembro, em Portão, no Vale dos Sinos.